Percalços.
Impasses.
Atropelos.
Mil pestes.
Iminentes cadafalsos.
Imperfeitos disfarces.
Verdadeiros pesadelos
Para nós, almas em teste.
Cada dia é uma prova
Digna de nota.
As marcas da sova
Já ninguém nota.
Lanhados. Maltrapilhos.
Cambaleamos, aos andrajos.
Choramingamos, qual filhos
À procura de afagos.
Mas é pífio nosso estágio.
Engatinhamos, aos balbucios.
Apesar dos graves estragos
Que vêm dos nossos desvios.
Tateamos, às loucas,
Com o dedo na boca,
Ralando o joelho,
Brincando com o espelho.
Quando pensamos que já somos grandes
(Fedelhos!)
E podemos seguir adiante,
Sem freios
- A gente não aprende! –,
Vemos que não somos gigantes,
Nos partimos ao meio,
Dobramos, nos curvamos para frente.
E, tal duendes,
Sem dentes,
Meio dementes,
Retornamos ao ventre...
P.S.: Ficamos bobos e velhos e adentramos o ventre da terra (morremos).
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