Mar Calmo de Ondas Mansas
Mar calmo de ondas mansas.
Cheguei aqui tão cansado, este corpo
maltratado a pedir banhos de mar.
Água benta a exorcizar o desconforto
do corpo; as mágoas, que não desistem
desta alma atormentar.
Dar um mergulho bem fundo, como quem
quer afogar toda a maldade do mundo.
A minha inutilidade deixar no fundo do mar.
Leve, leve como uma pluma, fundir-me
com a espuma. Deixar-me ali ficar, ser
leveza a flutuar.
O que de mim sobrou foi uma alma
lavada, uma mente que começa a clarear,
e um corpo a pedir mais e mais banhos de mar.
Lita Moniz
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