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Cartas-->SOCORRO FALA DE SEU LIVRO -- 01/11/2003 - 03:46 (Winner) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Maria do Socorro faz de seu
livro uma antologia da Usina


Maria do Socorro Xavier é pernambucana, radicada na Paraíba há 40 anos (Campina Grande e João Pessoa-Pb). Professora com pós-graduação em História, conviveu com os três níveis de ensino. Hoje aposentada, possui sete livros publicados, abrangendo poesia, pensamento, memória e ensaio: Barco Sem Vela, Adolescência de um Outono Pensamentos Dispersos e Diversos, Filosovendo a Vida, Psicopoética, A Saga de Ipueiras e Tesouro Redescoberto - A riqueza do folheto em verso.

CLÉSIO - Todos assinantes esperavam ser um dos premiados da parceria Usina de Letras e Papel & Virtual Editora. Qual foi o primeiro pensamento que lhe veio ao ser anunciado seu nome?

SOCORRO - De perplexidade e alegria! Meu primeiro pensamento foi inicialmente de natureza mais emocional. Fora um sonho, que nem ousara sonhar! Dentre tantos bons escritores e com mais tempo no site Usina de Letras, eu, sem pretensões, não esperava ser sorteada! Senti-me deveras agraciada pela sorte haja vista ter a oportunidade de publicar este livro-prêmio, que se presume, será lido por mais pessoas! Pelo menos é o que todo escritor, [no meu caso escrevinhadora...não superestimo minha produção] almeja: ser lido! Enfim fiquei tomada de emoção e gratidão por surpresa tão agradável. O acesso do autor ao mundo editorial está cada vez mais rarefeito, pela incipiente capacidade aquisitiva da maioria dos escritores. O escritor fica portanto muitas vezes marginalizado, e engaveta seus originais melencolicamente.

CLÉSIO - Convidou vários usineiros para tomarem parte do conteúdo. O que vamos ler nessa quase antologia?

SOCORRO - Resolvi inserir no livro uma amostragem dos escritores da usina, transformando-o quase numa antologia: alguns escritores e poetas; por reconhecer seu valor em vários gêneros literários, aqui publicados. Portanto, são textos diversificados, entre os quais se destacam o conto, o cordel, a poesia popular-motes e glosas, trovas, poesia clássica [soneto], poesia moderna erudita. Gostaria que figurasse maior número de escritores da usina, não sendo possível, pelo menos uma amostra representativa; e peço desculpas aos que nele não constarão. No entanto, sintam-se todos homenageados! Foi uma forma de somar, partilhar os bons acontecimentos da vida, divulgar os confrades das letras pelo mundo afora. "Dae de graça o que de graça recebeis!"

CLÉSIO - Tão importante quanto escrever é divulgar. A Usina de Letras a ajudou, depois de anunciado seu nome?

SOCORRO - Muitíssimo! Embora não tivesse esse objetivo pré-determinado. Agradeço enternecidamente a usina de letras por este inusitado momento.Dentre uma média de sete mil escritores que aqui publicam - Meu nome figurar neste primeiro sorteio, foi uma oportunidade ímpar de divulgar meus escritos,- tanto no livro que está para sair brevemente pela editora Papel & Virtual, quanto ao fato de chamar a atenção sobre meu nome no site, atraindo mais leitores sobre minha modesta produção aqui divulgada. Recebi inúmeros e-mails, fiquei bem mais conhecida. Quer queiramos ou não, por modestos que sejamos, [gosto da humildade], -nós poetas, escritores ou escrevinhadores de um modo geral- temos um pouco de narcisismo. É uma boa sensação o massagear do ego!?... Sempre mantinha um certo anonimato, no decorrer da minha trajetória existencial, mas de repente, acontecimentos imprevisíveis e não menos felizes, me surpreende e me coloca em xeque-mate. O amor à literatura me faz aparecer, mesmo sem querer.

CLÉSIO - Qual a importância da Usina de Letras para quem deseja ingressar nesse mundo fechado da Literatura?

SOCORRO - Incomensurável a importância da usina de letras, como muito bem frisa você Clésio- nesse mundo fechado da Literatura. Acredito que uma maioria aqui de autores, está conseguindo publicar, o que há tempo desejava e não conseguia, por diversas razões, uma delas já citada numa das respostas anteriores. Transcende: Na usina de letras o autor publica, sem censura prévia, sob ampla liberdade de expressão do pensamento, aquilo que desejar, no âmbito literário. Sem discriminação intelectual. Permite polêmicas. A usina de letras é o veículo que me faltava [e a tantos] para dar vazão ao meu desejo incontido de escrever e me comunicar. No plano psíquico, faz-se até um exercício catártico, uma terapia introspectivo-interativa de grupo, ao mesmo tempo. Auto-análise, o conhecer do outro, o lúdico, um fazer espontâneo de crítica literária. As boas amizades que aqui fazemos são aspectos transcendentais! Em síntese, a usina divulga, enriquece com a diversidade de leituras, e propicia ao autor sua evolução e crescimento.

CLÉSIO - Poucos publicam livro. Muitos porque não querem. A Usina de Letras seria um "livro" virtual em constante elaboração?

SOCORRO - Perfeitamente Clésio. Muitos não publicam, por ainda não terem optado... não obstante há qualidade no que escrevem e condições materiais para tal. Concordo com sua assertiva de que a usina de letras é um "livro" virtual em constante elaboração. A cada dia vão surgindo novos valores que aqui aportam publicando, autores novos e veteranos, uns diariamente, outros mais espaçadamente. Um fluxo constante, em aperfeiçoamento. Aqui se aprende muito. É uma troca enriquecedora de idéias e conceitos. Uma verdadeira escola de saber, criatividade e informática. Para mim, foi um descortinar de novo mundo, que quase desconhecia. Entrei em contato com esta nova e curiosa linguagem virtual. E aqui neste particular momento, agradeço aos colegas usineiros, inclusive você Clésio, com sua grande competência, sempre me ajuda resolver impasses técnicos, com os quais me deparo no dia a dia.

CLÉSIO - Escolas e Universidades indicam pesquisas na Usina de Letras. Se fosse aluna, faria pesquisa aqui?

SOCORRO - Claro! A usina é como se fosse uma nova e diferente biblioteca. Aqui estão armazenadas informações as mais diversificadas, sob ideologias também diversas. Pontos de vista plurais sobre temas comuns e incomuns. Um rico manancial de idéias. E mais: possibilita ao aluno pesquisador captar o imaginário do escritor brasileiro de diversas faixas etárias, de diversos níveis culturais e sociais. Na época em que fui estudante, não contei com este recurso alternativo maravilhoso. A usina é sem dúvida uma opção gratuita e mais uma fonte valiosa de pesquisa para alunos, seja de ensino médio e universitário. Nas devidas proporções, aqui há material até para dissertações de mestrado e teses de doutorado.

CLÉSIO - Leio você escrever sobre diversos autores renomados. De onde vem esse interesse pela literatura brasileira?

SOCORRO - Desde adolescente tinha gosto pela leitura. No segundo grau, em Campina Grande, na Paraíba, bons professores de português, nos indicavam autores da literatura brasileira, inclusive os regionalistas, plenos de brasilidade -José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Mário de Andrade, José Américo de Almeida, Raquel de Queiroz, Gilberto Freire, Monteiro Lobato, Euclides da Cunha e outros- para lermos e fazermos resumo. Isto foi o pontapé inicial. Também a análise de poemas de autores de todas as escolas literárias, em sala de aula.É fundamental o estímulo que recebemos de professores e escritores mais experientes no mister, na fase do despertar para a criação literária. Na Universidade, apesar de ter optado por História, me integrava com o pessoal e eventos da área de letras, a esta altura já havia rabiscado e guardado muitos versos. Só depois é que comecei publicar nos jornais locais alguns poemas e posteriormente em antologias.Conheci o amigo e poeta usineiro Geraldo Lyra neste contexto universitário, fomos contemporâneos, ele cursava Direito e já era famoso pelos sonetos e trovas. Muito me incentivou. Neste caminhar, algumas pessoas marcaram meu encontro com a literatura. Cito e agradeço a professora campinense, com doutorado em literatura, no exterior, a intelectual Elizabeth Figueiredo Agra Marinheiro, idealizadora e organizadora dos Congressos Brasileiro de Teoria e Crítica Literária, que tinha sede em Campina Grande de dois em dois anos, graças ao dinamismo e garra desta mulher paraibana. (o último ocorreu em 1998), a partir daí faltou verbas. Para lá convergiam grandes nomes da literatura nacional e também palestrantes europeus. Com a área de Letras ocorreu-me uma interdisciplinaridade enriquecedora. História e Literatura se complementam. A Nova História vai além do materialismo dialético e histórico. Conta com novos objetos, a história cultural. Tive bons professores de literatura brasileira na Universidade. Me empolguei e me apaixonei pela infinita gama de autores e estilos - que enriquece o panorama literário nacional do passado e presente, constituindo um patrimônio indestrutível. (José de Alencar, Castro Alves, Cruz e Sousa, Machado de Assis, Guimarães Rosa, Augusto dos Anjos, o gaúcho Érico Veríssimo, Cecília Meireles e tantos outros).

CLÉSIO - Para encerrar, o que deseja dizer?

SOCORRO - Primeiramente agradecer a você Clésio pela oportunidade singular desta entrevista, por sinal está prestando como escritor jornalista, um excelente serviço à usina com este quadro de entrevista aos autores, através do hpTCHÊ; a usina de letras, na pessoa do senhor Waldomiro Guimarães, criador e administrador deste iluminado site,- pelo qual torna feliz tantos escritores em poder livremente divulgar seus escritos. Tenho mais a agradecer do que dizer. O dom divino da criação! Do existir! Pedir desculpas pelas falhas de qualidade e do eclético da minha produção e pela convivência de doze meses no site. Conclamo todos à Paz! Através do nosso comportamento diário e discurso prosaico e ou poético! No mais, a arte é universal. Através dela externamos o abissal de emoções várias. Alçamos vôos nos espaços infinitos em busca de respostas as sofreguidões terrenas, cada qual sob uma cosmovisão própria. Na minha poesia há mais imperativo ético que estético; crio sem preocupações teórico-linguísticas, pois sou predominantemente intuitiva, catártica, neste universo de realidade e fantasia, neste semear diletante de sonhos... Para finalizar esta entrevista, não cansar o leitor e o meu entrevistador com estas modestas respostas, a semiótica do não dito, ficará nas entrelinhas do eu profundo, e, poderá ser melhor do que o dito. Obrigada, Clésio!

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