Usina de Letras
Usina de Letras
181 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62178 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22532)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50582)

Humor (20028)

Infantil (5425)

Infanto Juvenil (4757)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6183)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->A grande farsa -- 12/10/2005 - 14:56 (Leon Frejda Szklarowsky) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A GRANDE FARSA
(Publicado na Revista Jurídica Consulex, 205, de 15 de agosto de 2005, e no Escriba, publicação do Sindicato de Escritores do DF, 103, de maio a agosto de 2005)

Leon Frejda Szklarowsky

O povo brasileiro vai dar sua opinião no plebiscito convocado para o fim específico de dizer sim ou não à autorização do comércio de armas de fogo. Tudo pareceria normal e meritório não fosse o abismo entre o ideal e a realidade que o homem vive no seu dia a dia. Este chamamento é obrigatório, segundo a lei eleitoral vigente. Ninguém poderá omitir-se. A campanha já tomou conta do brasileiro. Ou quase. Quem não votar será punido! Não poderá haver abstinência.
Proibir o uso de armas de fogo é, realmente, uma maneira inteligente de evitar a violência e o morticínio que ocorre, em toda a parte, a cada minuto ou segundo. Será mesmo? É, repetindo uma piada comum, como o marido traído tirar o sofá da sala, para
evitar o adultério praticado por sua esposa. Evitará mesmo? Pois bem, trata-se de um verdadeiro sofisma ou tese mirabolante, evitar o comércio tão só de armas de fogo.
E as armas brancas? Por que não proibir também as adagas, os punhais, os canivetes, as espadas, os facões, as facas pontiagudas da cozinha, as facas de cortar pão, as facas de cortar fumo, as facas de cortar o dedo, por descuido, as navalhas ou giletes, os tacões de bilhar, as enxadas, as toras, os pedaços de paus pontiagudos, os alfinetes, os estiletes, as cordas dos enforcados e tantos outros instrumentos, cujos nomes, se relacionados, ocupariam páginas e páginas.
Alguém já pensou nisso? Diriam todos: é um absurdo criminalizar o uso de facas, de facões etc. Afinal, como as donas de casa iriam cortar as frutas, o homem do interior fumar seu fuminho? Até que seria bom este não pitar, pois estaria salvando sua saúde, seus pulmões.
Mas existe outra arma, mais mortífera e perigosa, que nas mãos de irresponsáveis e horrendos criminosos causa a morte e a destruição de milhares ou milhões de vidas inocentes que não pediram para morrer ou serem mutiladas.
O automóvel é mais mortífero que qualquer arma de fogo ou branca, quando dirigido por quem o utilize, sem a mínima cautela, abusando criminosamente da velocidade, varando ruas, avenidas e estradas, doidamente. O mau motorista, indisciplinado e arrogante, pode ser comparado ao terrorista insensível, merecedor da mais severa punição.
Não será o caso de também vedar a fabricação, o comércio e o uso desse veículo da morte? Ou destruir esta arma? Ou fazer um plebiscito para conhecer a opinião do sofrido povo? Dirão todos que se trata de idéia maluca a não ser considerada, por impertinente e irrealista, devendo o seu autor ser internado em manicómio.
A conclusão é clara, cristalina, sem rodeios ou elucubrações cerebrinas. A proibição jamais impediu delinquentes de fazerem uso de quaisquer desses instrumentos do terror que conduzem à morte ou à mutilação. Os criminosos os detém, com ou sem licença da lei ou do Estado. Bem, as pessoas honestas não necessitam de nada, pois estarão protegidas, pela graça divina e pelos bons propósitos do Estado todo poderoso e protetor. Que Deus salve os desprotegidos!
É uma grande farsa, não há dúvida, desnudar a população de qualquer arma, sem lhe dar o mínimo de proteção. É fina ironia ver a população encharcada de sangue, sem lhe dar o mínimo de proteção contra os motoristas insanos - novos delinquentes dos Séculos XX e XXI. Enfim, o decreto estatal pode tudo e faz lembrar o famigerado l´Etat c´est moi!.


BSB 27/07/2005 23:44: 18.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui