O sim e o não são parentes. São iguais. São diferentes. Dizem coisas iguais. Aparentemente. O sim é mais generoso. É o dar. O carinhoso. O sim, assim, é feminino. Um pouquinho masculino. É sensível. Sensual. Perdoa mas é racional. . Compreende melhor. Não é radical. Não dá voltas. É natural.
O sim, também, tem limites. Tem o seu lado de não. Em excesso é prejudicial. Deixa de ser amor. Deixa o lado encantador. Passa a ser obsessão. Obsessão Fatal. Muita emoção sem razão. Por isso vem o conselho. A gente olha no espelho. E no lugar desse sim. Deveria ser o não. Evitando o arrependimento. Evitando a confusão. Inibindo a frustração. Enganando a ilusão. A ilusão do sim. Do sim sem razão. Do sim compaixão. Desmedido. Escondido. Sofrido. Do sim coração. Coração amolecido.
O não é agressivo. De tom negativo. A cara de quem o profere. A sua fisionomia. A expressão daquele dia. Daquela hora e momento. Expressões que dão a pista. Do tamanho daquele não. Cara feia, junto com o não,tenha certeza, é sempre não. Um não contundente. Um não resistente. Autoritário e afirmativo. Que tem seu lado positivo. Se for um não para o bem. Bem próximo do sim, por exemplo. Até aí tudo bem. É sim da retidão. O não da preocupação. Da responsabilidade em ação. Da boa orientação. Do que não fazer ou fazer. Do que não dizer ou falar. Do que não se deve pensar. Do que é ruim pra viver.
Já o não em tom baixinho. Quase sempre um murmurinho. Também pode ser um sim. É só esperar mais um pouco. Se o amor não for tão louco. Se aguardar um minutinho. Sai o sim, com seu jeitinho. Vem em forma de beijinho. E agente avança um pouquinho. Até o próximo não. Que deve ser respeitado. Regra da sinalização. Regra de toda paixão. É preciso não ousar. É preciso ter cuidado. Para um outro sim ganhar. E assim ficar ao seu lado. E assim poder lhe amar.
O sim e o não são vizinhos. Separados ou separados. Pois sim e pois não, por exemplo. Depende da entoação. Tanto pode ser sim, como não. Pois sim! Pois não? Enfim. E nada de confusão. Quando se diz: claro que sim; ou quando se fala: claro que não. Claro que não, ao dizer não, é claro que sim. Afirmando que não. Claro que sim, ao dizer sim, é claro que sim, afirmando que sim. O não repetido, é não que ladra. É não que não morde. É não sem razão. É não suposição.
E tem o não e o sim que são mentirosos. Não se sabe quem são. Se o sim é o sim. Ou se o não é o não. Ou quem sabe se o não, tem a cara do sim. E o sim, ao contrário, esta dizendo que não ? Só o casamento dirá. Se o sim era não. Essa é a questão. Caminhar pelo sim. Pelo sim da razão. Sem deixar se perder. Sem deixar a emoção. Nessa vida é preciso. Tanto o sim como o não. O importante é saber. O importante é escolher. Do fundo do coração. Com a voz da verdade. Diga o sim ou não. Pois só dessa maneira. Com fé e amor. Tanto faz sim como não. Você tem sempre razão. Pelo sim e pelo não.
Domingos Oliveira Medeiro - Atualizado em 15 de dezembro de 2002
