Abduzida
maria da graça almeida
Nem bem cheguei...
e já estou de saída!
O dia morre noite,
a noite aborta o dia.
Na nave distraída,
minh` alma abduzida
inicia a partida.
O corpo teso
não suporta o peso,
tampouco a ira
dos ossos bêbados.
Em conflito,
minhas mãos frias,
magricelas e vadias,
tateiam o infinito.
A violência inda me arde!
Nada mais me conforta
A impotência que ora me invade...
entra pelas frestas das portas.
Tão pouco me importa
o que pensam de mim,
demitirei esta vida
mesmo com ou sem
o som do seu sim. |