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Artigos-->A EXPECTATIVA LULA -- 14/12/2002 - 23:27 (medeiros braga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A EXPECTATIVA LULA







Aumenta a cada dia a expectativa em torno do governo LULA. O mundo todo está em alerta. De um lado, o mundo da especulação, o mundo da financeirização, está preocupado com as incertezas que haverão de cair a partir de janeiro; do outro, os injustiçados, os excluídos, os que lutam por um mundo melhor, esperam que as mudanças preconizadas venham a acontecer.



Sabemos que não é fácil. Que o país está quebrado. Que a dívida externa se tornou impagável. A balança comercial, cuja desigualdade de valores de troca daquilo que importamos e exportamos, inibe os resultados financeiros positivos e reduz a nossa capacidade de pagamento a cada momento que vamos saldar os compromissos com os serviços da dívida (juros + amortização).



Embora tenhamos confiança de que os recursos aplicados pelo novo governo passarão por um processo de planejamento mais rigoroso e, portanto, serão bem aplicados, mesmo assim, Lula deverá ter muita força para fazer acontecer a sua opção, qual seja, ou resolve o problema da fome e da miséria, ou se queda diante dos agentes financeiros internacionais.



Um outro grande problema a nível interno é o da distribuição de renda. É verdade que todos reconhecem isso, como é verdade também que quase todos condenam o crescimento vertical da pirâmide social, onde tão poucos estão lá no alto. Porque o problema não é a idéia de laçar o leão, mas, sim, de quem vai por o laço nele. É como está descrito naquele soneto, “O Acendedor de Lampião”, que diz que muitos defendem certos princípios, mas, não o praticam. Eu quero mesmo ver a postura de muitos na hora de tirar um pouco do que lhes sobra à mão, para colocar na mão que está vazia.



Porém, uma coisa nos anima. Se Fernando Henrique Cardoso beneficiou tantos banqueiros, tantas multinacionais, favoreceu tantos empresários e políticos e, por cima, passou por uma avalanche de tanta corrupção, de tanto dinheiro desviado e não recuperado, por que Lula, que certamente, vai evitar tudo isso, não poderá dar a volta por cima? É verdade que FHC teve ao seu dispor os recursos das estatais privatizadas, no entanto, Lula conta com o reconhecimento da seriedade da coisa pública.



Outro grande desafío é vencer o desemprego e a inflação, simultaneamente. Vencer o desemprego é colocar mais dinheiro em circulação, assim como o é a distribuição de renda. Como bem mostrou Marx, o que o empresário concede com uma mão, no aumento de salário, retira com a outra com a elevação dos preços do que é por ele produzido. Essa extorsão, a economia capitalista denomina-a de lei da oferta e procura. Fernando Henrique Cardoso reduziu a inflação a um patamar baixo, retirando do trabalhador o emprego e, da população ocupada-PO as suas condições de sobrevivência; reduzindo os salários reais e, por conseguinte, a demanda por bens de consumo. Lula quer fazer diferente. Mercadante acredita que é possível materializar essa idéia através de negociação com as câmaras setoriais. Segundo ele, as indústrias de massas, p. ex., beneficiam mais de 80% da produção nacional, como biscoitos, macarrão, entre outros, e que esse fato facilita um acordo estabilizando os preços sem causar instabilidade no processo produtivo. O mesmo ocorreria com outros setores de atividade econômica.



O mundo volta as suas atenções para o Brasil. A América Latina está ansiosa para ver o Brasil resgatar a sua soberania e estimular e apoiar o mesmo para todos os seus irmãos latino-americanos. Os EUA vêem com desconfiança; como uma ameaça à sua hegemonia imperialista. A Europa, com mais firmeza a França e a Alemanha, torce para que tudo dê certo. Esperamos que essa torcida se concretize nas relações de troca; na hora da onça beber água.



No mais, é como disse Lula: “A esperança venceu o medo.” O problema, agora, é vencer o caos. Mas, acredito que, com habilidade política, confiança do compromisso firmado, competência, transparência nas ações e honestidade, as consequências maiores, como a fome e a miséria, serão superadas. O restante será vencido com a mudança do modelo econômico que, mais cedo ou mais tarde, haverá de acontecer. Está escrito. A história registrará.

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