perdi a conta de quantos dias á bordo.
A aurora chegou e com ela Las Palmas.Não vi atracar,mas,é a mesma coisa de sempre.
Las Palmas é um balneário elegante com imensos calçadões, cidade feita para o turismo. A vida desfila pelo amplo Paseo de las Canárias. Os eternos velhos nas eternas estações de água, um comercio diversificado e a praia com areias escuras e um mar cor de chumbo, talvez por ser primavera. A Playa de Las Canteras é muito limpa e bem tratada, mas,está longe de ter o encanto das nossas,com suas barracas desarrumadas e quase sempre sujas,mas com cervejinha gelada e caranguejos; talvez seja por isto, que um poderoso executivo de uma multinacional de automóveis que morou cinco anos no Rio, ao encontrar um amigo em Berlim onde estava morando ,confessou para ele que tinha muitas saudades do Brasil; nosso amigo comum falou para ele - saudade? Daquela terra tão desorganizada,terceiro-mundista,com um povo mal educado e preguiçoso? Disse para provocá-lo; e ele falou a tristeza estampada na face,um ar sonhador:
- mas,é disto que eu ter saudades,”do bagunça”.
Aqui em toda extensão da praia existem cabinas para troca de roupas,inúmeros restaurantes,bares e casas noturnas;construíram uma parede de proteção feita de pedras para conter a força do mar. A maioria dos turistas vêm da Inglaterra ou da Escandinávia em busca do sol,raro nos seus países de origem.;gente elegante,bem vestida.O preço das roupas não é muito alto;compra-se um belo casaco de peles,comprido por razoáveis U.S.1500.um “renard” por U.S.100;souvenirs por U.S. 1 ou dois dólares.Como voltaremos em quinze dias ,deixei as compras para a volta.
O passeio aqui foi mais longo que em Tenerife;no centro comprei postais,revistas,frutas,pude telefonar para casa,ter noticias,enfim.Na ânsia de falar nem atinei com o fuso horário,acordei a coitada da Lila,o que é uma temeridade;
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