Era dia onze de abril de oitenta e nove,
Às doze horas o corpo não mais se move,
Para o Necrotério mais um corpo se vai,
Era terça-feira, o dia da morte do meu pai!
No caixão com as mãos cruzadas ao peito,
Esperando para repousar no eterno leito,
Com a pele fria e totalmente adormecida,
Todos olhavam aquele corpo sem vida.
Hoje é dia de ver os mortos nas sepulturas,
Não devemos ter neste dia amarguras,
É dia para ir ao cemitério... Pois então vai!
E lá procuras pela sepultura do meu pai!
Levas contigo alguma prece no coração,
Algumas rosas e uma caixa de velas na mão,
Ajoelha-te ao túmulo e faz uma oração,
E oferece não ao pai, mas ao filho que tem precisão.
Rogue a Deus que tire o filho dos pecados do mundo,
Pois ele ama quem não pode com amor profundo,
Antes que seja tarde... E a Mulher que é por ele amada,
Escreva em sua lápide: “Aqui jaz quem amou o nada!”.
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