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Cronicas-->Monólogo íntimo com o computador -- 16/11/2000 - 23:21 (Mauro de Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

MONÕLOGO INTIMO COM O COMPUTADOR.

Em frente a máquina do futuro, fico a meditar sobre o sentimento dos homens. A máquina fria mas leal e obediente ao nosso comando, segue seu trabalho incansável, sem reclamações nem reivindicações. Aqui e ali, aponta os nossos erros pedindo a regularização. Enquanto isso, os homens que a construíram que tinham sentimento, são desleais corruptos e enganadores.
Vejo diariamente nos meios modernos de comunicação, a mentira e o enganar partindo de todos os quadrantes, numa corrida louca para ver quem engana mais, e primeiro. A corrupção escorre na saliva e no suor dos políticos, essa classe privilegiada pela impunidade e pela memória atrofiada do brasileiro. O herói de hoje será o canalha de amanhã. O corrupto de hoje será o honesto do futuro. De mentira em mentira, gerações são enganadas pelos avós, pais e filhos dessa classe deletéria e irresponsável. A cada pleito as promessas se renovam em nome da moralidade pública e de um Brasil melhor. Até nós homens de bem e experientes, caímos nos laços da mentira e da falsidade. Voltamos a votar e renovamos nossas esperanças. Após alguns meses descobrimos a farsa e voltamos a fazer parte novamente do clube dos enganados.
Há trinta anos que nossa Constituição é rasgada e remendada, na medida em que grupos políticos necessitam adequar interesses pessoais, sejam económicos ou de simples prazer do exercício do poder. Toda vez que é remendada, o fazem em nome da democracia e da liberdade. Nós porém, idiotas convictos, concordamos, apoiamos a farsa, iludindo-nos na esperança de dias melhores.

Diariamente, a propaganda proibida pela constituição é cuspida no rosto do contribuinte para satisfazer a necessidade do marketing político de um prefeitinho de interior, governador de estado ou do homem que se diz presidente. O pior é que pagamos para que nossos filhos, telespectadores incautos, acreditem na mentira de hoje que servirá de engodo para o futuro. A deslealdade para com o futuro brasileiro é criminosa e irresponsável. Os homens do poder deverão pagar caro pelo mal que estão causando com suas implacáveis mentiras, as gerações do amanhã. A propaganda da honestidade dos homens públicos empanzinados de corrupção, deverá merecer a censura daqueles que irão substituí-los amanhã, mesmo que acostumados com as falácias de hoje. Nossa esperança é que sejam pagos com uma moeda diferente e que o povo que somos nós todos, nÃ¥o seja obrigado a engolir outra geração de enganadores.
Até quando! Até quando! caro e "caríssimo" computador você continuará com tanto sentimento de lealdade? Até quando teremos de dialogar com uma máquina madrugada a dentro, para desabafar e fazer nossas críticas aos homens que se dizem tementes a DEUS, que os criou, e mandou que amem ao próximo como a si mesmos?
Até quando teremos de aturar a miséria institucionalizada pelos poderes corrompidos pelo dinheiro e pelo egoísmo? Qual de nós poderá reverter esse quadro de aflição e incertezas? - Ninguém, meu caro e leal amigo. Nem você com toda sua sapiência.
Você como máquina nÃ¥o suportaria a corrupção, a hipocrisia, a negociata, "o é dando que se recebe" e outras expressões menos lisonjeiras que me recuso a lhe transmitir, tendo em vista sua pureza e fidelidade. No entanto aqueles a que me referi no início de nossa conversa, consideram essa adjetivação, condição primordial para o exercício do poder. Outra coisa, meu caro amigo. O "caríssimo" está aspeado por que eles assim o quiseram. Você só nÃ¥o é mais popular, por que também eles nÃ¥o querem. Preferem fabricar vocês mais caros para usufruírem um pouquinho mais de seu preço. Quando você foi criado a custo baixo, eles proibiram a sua importação, para que pudessem fabricar aqui, conterràneos mais caros e de qualidade inferior.
É isso aí amigo. A lealdade, a fidedignidade que sobra em você, falta neles, que ocasionalmente nos consideramos gente.
Felizmente eles nÃ¥o conseguiram colocar em você, aquilo que sobra neles e faz tanto mal a nós.









Mauro de Oliveira

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