A idade chega, é dor que dilacera o coração,
É a que mais magoa das que o são!
Com a idade há anos de vastidão,
Dizendo que estamos perto da Extrema-Unção!
Não há ainda rugas no teu rosto para mim,
Pois ao teu corpo o meu ainda diz sim,
Se hoje te vejo formosa e cheia de graça,
É porque não ficarás velha, só o tempo passa!
Teu sorriso tem dentes de marfim,
Deixemos correr a vida até o fim,
Pois tu sempre lembrarás de mim,
Nem que eu morra e que seja o fim!
Quarenta anos, não és velhinha,
Anda só e não fala sozinha,
Ainda me pedes carinho,
Como quem precisa de um filhinho!
Ao meu amor disse-me a chorar,
Que por ele andava procurando,
Que há muito vinha me tentando,
O amor certo queria encontrar!
E quando eu estiver velhinho,
E você estiver no meu caminho,
Por ti ainda terei o mesmo carinho,
Embora estejamos cansados,
Poderemos ainda estar casados!
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