Teus olhos saltaram choro triste.
Alguma ave sinistra viste?
Será que dos lábios de um bruxo
Más presságios ouviste?
Por que choras, Lilith?
Tens a dor exposta da tua face,
Estão quase cor de canela,
Encostada estás à janela...
Sem óculos teus olhos correm, correm,
À toa, a alguém procurar, sem nada a acertar,
Tuas mãos procuram pontos,
Todos fora do seu lugar.
Teu símbolo é a coruja,
Alguma dor esmaga teu coração?
Em tuas garras apertas alguém em contração?
Ou será que podes controlar a mente,
De alguém que esteja em mórbida distração?
Sabe quem tu és Lilith?
És demônio feminino da personificação,
Como coruja és criatura noturna,
Terror das desregradas paixões.
Fostes a primeira mulher de Adão,
Como conta a mais antiga tradição,
Depois fostes mulher de Sammael,
A Adão não destes filhos,
Porém, a ele ensinastes a arte da felação.
És a mãe dos espíritos do mal,
Com Sammael geraste Lelin, Sehedin e Roudin,
E com eles vieram o fim... “Flagelo do meio dia”,
Contigo não há moral, tua relação é antinatural.
Representas o número sete da Cabala,
És sedutora, cabelos longos,
Voa como uma coruja noturna,
Ataca aquele que dorme sozinho,
Vives à espreita em teu ninho.
Crianças recém-nascidas tu não perdoas,
Rouba-lhes a alma, atacas bebês humanos,
De preferência adulterinos,
Todos nascidos de relações inadequadas.
Devora tua própria prole, Lilith...
Às mulheres dás complicações... “Filhos não terão”
Abortos, esterilidade, tentativas em vão...
És o Portal de Lúcifer,
Por ti todos os caminhos levam a ele,
Tua influência na Astrologia é comprovada,
Mas para Deus, és uma pobre desregrada.
Tua natureza humana é feminina,
Porém, é força obscura,
És arquétipo muito antigo,
No tempo estás ficando perdido.
De mim não lembrarás,
Sai de mim Satanás!
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