Vivemos em uma cidade quente,
extremamente, quente, quente até demais.
Rosas expostas a tanto calores,
embora sejam feitas de amores,
cedo vão se secar.
O fogo é a água do amor,
assim como as rosas murcharam,
água lhe faltaram,
sem meu fogo murchaste,
minha querida flor.
Sem pranto, secaste, não há choro,
de tão quente, a água secou,
triste, tanta frágua,
o fogo do teu corpo se apagou.
Tu abrasas, tu inflamas,
porém, não há chamas,
o incêndio que amor tem,
tu secaste também!
Como vivia satisfeito,
ao te encontrar e ao te ver florescer,
não houve criatura assim,
no prazer e na aventura,
que me pudesse exceder.
É muito quente,
esse fogo ardente, dessa cidade abrasadora,
me faz ficar sem ar, sem oxigênio,
preciso respirar,
vou sacrificar liberdade,
vou ter sofrimento,
a procura de ar, a procura de outro amor.
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