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cronicas-->Meia-laranja -- 01/10/2005 - 12:40 (Pedro Wilson Carrano Albuquerque) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Meia-laranja

A amiga irrompeu em meu apartamento com choros abundantes, declarando-se infeliz por ter perdido sua alma gêmea. Custara tanto a achar a outra metade da laranja e via, então, sua vida descer morro abaixo.

Lágrimas, lágrimas e mais lágrimas. Lenços de papel às centenas, por mim oferecidos, não conseguiam estancá-las. O único homem que amara de verdade a havia abandonado. O que lhe restava? A solidão? O desespero? A morte?

Assustei-me com o estado de Sónia. Sua vida era um mar de rosas desde que conhecera José. - Casal perfeito! - diziam todos. E então? Como eu, tocado pela angústia da moça, poderia confortá-la?

Revolvendo os fatos guardados em minha memória, encontrei situações semelhantes que vivenciara durante minha longa existência. Outras haviam sofrido com o rompimento de relações amorosas ímpares, encontrando, posteriormente, parceiros iguais ou melhores que os anteriores, quando isso lhes parecia impossível.

Fiz ver à amiga, baseado em minha experiência, ser fantasiosa a noção de uma alma gêmea ou meia-laranja, havendo, isso sim, muitas pessoas à nossa espera, prontas para o amor idealizado. Só nos cabe, disse-lhe eu, encontrar uma delas, que pode estar em esquina de Ipanema, numa ruela de Nápoles ou no interior da China.

É como uma tomada na parede, concluí, em que conectamos um aparelho para o recebimento de energia. Haverá sempre outra disponível, no caso de curto-circuito na ligação.

A jovem saiu batendo a porta, sem se despedir, deixando-me a impressão de que meu discurso não fora bem digerido.

Alegrei-me, portanto, quando a encontrei hoje, acompanhada de atencioso cavalheiro, que me apresentou com demonstração de grande felicidade.

Ao se despedir, aproximou-se de meu ouvido e cochichou:
- Eis a minha meia-laranja.

E corrigiu, após poucos segundos de reflexão:
- É a tomada da Barra da Tijuca!


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