Pena
Que pena tenho dos animais
Que se deixaram domesticar.
Cavaram a sepultura quando
Pela humana criatura se
Deixaram escravizar.
Que pena tenho do gado, ao
arado amarrado, pelo homem
maltratado.
Que pena tenho dos cães, que
se apegam ao seu dono.
Escravos por opção.
Ajoelham, sofrem muito por
um pedaço de pão. Quando o
pelo não brilhar. Quando se apagar
o brilho do seu olhar.
Vão ser jogados na rua, entregues
à triste sorte, até que chegue o
alívio final, a morte.
Os gatos são mais espertos, ou há
neles um não sei quê.
Até se deixam domesticar, mas é só
na aparência.
São gatos e comem ratos.
Não saíram da cadeia alimentar.
São livres, os homens só vieram
Acrescentar, mas a sua liberdade
não conseguiram roubar.
Lita Moniz
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