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Contos-->DIARIO DE BORDO -- 06/01/2009 - 12:46 (Mirian de Sales Oliveira da Rocha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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10/4/94: Primeiro dia a bordo.

Tudo começou como um sonho! No réveillon, conheci o Com. René e sua namorada, Francis. Ceamos juntos e falei como deveria ser interessante viajar assim, num cargueiro novo e confortável, rumo d/além-mar. Recebi um convite para ir com eles.
Raul disse:
- Queres? Tudo bem, vá em frente.
Pensei que o convite era só gentileza, não levei a sério, mas, como o Rei Dario, "comecei a sonhar com vacas". Porem, lá no fundo do pensamento, tão fundo que nem eu mesma pressentisse, ficou descansando o desejo de cair de quatro nesta aventura, Lembrei de Simbad, o marujo, e de outros livros cheios de peripécias, que li na infância, naquela remota cidade do interior modorrenta e comum.
Tirante uns poucos sírios que vinham mascatear (e que alias estavam em toda parte) e os italianos que vieram trabalhar e enricar neste novo El Dourado, ninguém nesta minha cidadezinha havia sonhado atravessar o oceano e na verdade poucos o conheciam.

1962- "Se você quer você pode."

Fim de tarde numa tranquila fazenda no interior da Bahia. Para uma platéia divertida e incrédula ,uma adolescente narrava seus sonhos futuros: iria viajar pelo mundo, num grande navio, refazendo a rota dos descobridores, navegando por mares e oceanos, conhecendo países, povos e costumes estranhos. Um risinho de mofa instalava-se em todas as bocas .
- Que pensamentos malucos tem essa menina, meu Deus! Não sei a quem puxou.
Mas a garota, indiferente a tudo, continuava descrevendo as cidades da Itália, as ilhas gregas com o mar azul marinho, as antigas cidades espanholas cheias de saleros ,as belas, majestosas catedrais francesas, pejadas de História, cultura e tradição. Indiferente a tudo ela sonhava! Sem saber, que no longínquo Portugal, alguém, movido pelos poderosos dedos do Acaso, que é um dos nomes de Deus, iria, muitos anos depois transformar este sonho em realidade.

Um dia, quase quatro meses depois da nossa adorável ceia filipina de 31 de dezembro, um telefonema de Francis confirmava a viagem. Na hora bateu um desconforto, - sei lá o quê - um medo do desconhecido... Mas o desejo de ir era mais forte e para uma aventureira nata como eu, um desafio imperdível. Então começaram as dificuldades. Dinheiro não tinha; Havíamos saído de um susto-eu e Raul - quando pensamos que eu teria que fazer uma cirurgia de urgência. Gastamos muito com exames, médicos e remédios. Mas, correndo daqui e dali juntou-se US$320 e com a cara e a coragem sem lenço, mas, com os documentos, alem destes parcos recursos, saí barra afora,
Pensei em fazer o que sempre soube fazer muito bem: vender; assim aumentaria meus recursos.Chovia muito quando deixamos Salvador, A natureza fazia dela as minhas lágrimas de saudade.Saudades do meu marido,da minha mãe que acabara de completar 80 anos,dos meus filhos,de tudo que eu amava. Tudo acertado, Raul providenciou a papelada e pus-me a bordo do ZIM URUGUAY, a partir da noite do sábado do dia 9 de abril de 1994.
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