Caminhos
Caminhos moinhos, que nos
põem a girar sem chegar a
nenhum lugar.
Caminhos de voltar para trás.
Não entre ali, diga de si para
si: o que passou, passou!
O vento levou.
Caminhos ocupados com futuros
imaginados.
São atalhos apetecidos, claridade
a encobrir a verdade, mais além
a realidade.
Um rio escuro sombrio, onde uiva
um vento frio.
Só o presente é real.
Mate tudo que o vier perturbar,
Sem dó nem piedade livre-se
dessa maldade.
É pecado matar o passado?
Claro que não, é invasão, mesmo
que chegue em forma de perdão.
O presente é real tal qual.
Ali podemos ser a criança de hoje,
acariciá-la, amá-la como ninguém
jamais te amou.
ter a idade da tua vaidade, vestir-se
a cor da liberdade.
Lita Moniz
|