PAUSA (ou lembrança da minha avó)
Engulo com ansiedade os brilhantes pela janela,
e arrisco um olhar parado que se estampa no asfalto:
a noite velha e esbelta habita o quarto e a dor;
por fora, dentro, por cima
arrima todos os nervos
caminha todas as partes.
Esgrima é luta com arte
pratico: arranco o que dói.
Talvez me falte sucesso,
ou nada:
é isso que sou.
O tempo varre e se agarra
comendo as sobras que dou:
alastro riso e memórias,
detalhes,
plantas,
avó:
você que sábia ficava
regando flores e só...
|