Me vi pensando no fantasma dos "mil problemas" que infernizam a vida de cada homem que se diz contemporàneo, e nas neuroses, psicoses e outros tantos tipos de "oses" que destroem os indivíduos, impiedosamente.
Notei também que para se ver livre destas "traças" que corroem os pensamentos, o homem se vê cada vez mais obrigado a fugir dos estressantes cotidianos dos grandes centros urbanos, e a procurar, ainda que por apenas um certo tempo, uma vida mais rudimentar, afastado de tudo que se chama modernidade.
Aprofundei um pouco mais meu pensamento e procurei imaginar como era a vida "antigamente", e logo me deparei com a conclusão de que "antigamente" também se tinha problemas, mas se vivia com mais tranquilidade, e que algumas práticas adquiridas no passar dos anos acarretaram nos problemas que vivemos hoje.
No filme "Advogado do Diabo", quando perguntado por seu pecado favorito, o "diabo", brilhantemente interpretado pelo ator Al Pacino, respondeu: a vaidade. O autor do filme acertou na mosca.
Por vaidade o homem deseja ter mais, ser o melhor, destacar-se, e não apenas viver bem.
Queremos possuir, possuir e possuir, e acabamos possuídos, pela nossa ganància, pela nossa vaidade, que nos levam idubitavelmente à morte, em todos os sentidos.
Não se pode possuir o ar, a água, as estrelas, não se pode possuir nem mesmo a própria vida, tendo em vista que ela vem e vai sem nos pedir licença, por que então matamos e morremos para possuir outras coisas que são menores? a resposta é simples, pela vaidade. Pelo desejo de ser o que nunca seremos.
Só nos resta o esconderijo dos campos e das fazendas, onde tentamos fugir do mal invisível que faz moradia em nossos corações, procurando reviver a ingenuidade que ficou no passado cada vez mais distante.