A SINA DOS APOSENTADOS
(Por Domingos Oliveira Medeiros)
No tempo de FHC
Era o privilegiado
Com fama de vagabundo
A sina do aposentado
O bode expiatório
O sabão do lavatório
O sujo e o mal lavado
Só ele, o tal do Fernando
Tinha o direito sagrado
De acumular seus proventos
Professor aposentado
Mas quando deixou a gente
Do cargo de presidente
Teve o ganho triplicado
Dois pesos, duas medidas
O sujo e o mal lavado
Quem tem a caneta na mão
Ganha provento dobrado
Faz o jogo do banqueiro
Ganha bastante dinheiro
Ainda pede emprestado
Oito anos se passaram
A conta subiu um bocado
O tal do Fernando Henrique
Apostando no fiado
Confiando no futuro
Ficava em cima do muro
De olho no aposentado
O rombo já era grande
Estava tudo acertado
A saída era a mesma
Encontrar logo um culpado
E quando a coisa apertava
De pronto ele lembrava
Do pobre do aposentado
E a história se repete
É o assunto do dia
Querem cobrir o buraco
Com aposentadoria
De novo ele é lembrado
Vagabundo nomeado
Pelo Lula, quem diria?
A vida é desse jeito
É feita de desengano
Mesmo nosso companheiro
O grande pernambucano
Tanto lutou pela gente
Agora que é presidente
Faz a lição do tucano
Esquece o eminente
Da grande classe sofrida
Que sempre joga na loto
Para melhorar sua vida
Joga na mega de dia
À noite, lotomania
Não vê porta pra saída
O Robin Hood às avessas
Quer cobrar do pobretão
Para entregar aos ricos
A sua contribuição
Pobre do aposentado
Nasceu para ser cotado
O palhaço de plantão
Situação cabeluda
Do aposentado careca
Que faz planos todo dia
Para não levar a breca
Mete a mão na raspadinha
Esfrega ela todinha
Chega a sujar a cueca
Sonhando com o dinheiro
Ficar jovem de repente
Bate a cabeça na quina
Da cama, e nem sente
Acredita que o dinheiro
Vai deixar tudo maneiro
Firme e forte, novamente
Vai voltar a ser menino
A velhice não lhe agrada
Praticar sexo de novo
Procurar a namorada
Deitar com sua morena
Fazer uma dupla-sena
Repetindo a jogada
Do jeito que o governo
Pretende fazer agora
Cobrar de novo o descanso
A mão grande não demora
No bolso do aposentado
Que de tanto ser roubado
Já nem liga e nem chora
Daqui a pouco nos resta
Apenas o jogo do bicho
Sonhar com o amigo urso
Vai dar Lula no capricho
Mas posso estar enganado
Pode até dar o veado
Pelo andar desse cochicho
Ou zebra, se for o caso
De o projeto aprovado
Pois a briga vai ser grande
Quando chegar ao Senado
Passando depois pra frente
Homologa o presidente
Não se iluda, aposentado
Bote a boca no trombone
Constitua advogado
Arrole bom argumento
Pra constar do seu mandado
Busque o Judiciário
Não se faça de otário
Não fique ai parado
ESTA SEMANA SERÁ DECISIVA. CONFIAMOS NA JUSTIÇA BRASILEIRA. E PENSAR QUE O GOVERNO PODERIA RESOLVER TODO O SEU PROBLEMA DE CAIXA SEM ATENTAR CONTRA O ORDEM E A JUSTIÇPA. BASTARIA TAPAR OS BURACOS E OS RALOS POR ONDE ESCOAM OS RECURSOS PÚBLICOS. OS ESC^NDALOS ESTÁO PIPOCANDO PARA TODOS OS LADOS. BILHÕES E BILHÕES DESVIADOS. OUTGROS TANTOS SONEGADOS. E NÃO APARECEM CULPADOS. É MAIS FÁCIL ROUBAR, DOS POBRES DOS APOSENTADOS.