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| Poesias-->O IRMÃO DO MORTO -- 01/11/2009 - 21:41 (JOAQUIM FURTADO DA SILVA) |
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O IRMÃO DO MORTO
Na década de setenta,
Estrada movimentada
Porém pouco iluminada
E em noite friorenta
Uma criatura tenta
Passar ao outro lado
Porém num passo cansado
Ainda estava no meio
Quando uma Veraneio
Bateu-lhe forte dum lado.
Logo o som da colisão
Atraiu muitas pessoas
Umas poucas - de alma boa
Querendo dar uma mão
Quando chega um cidadão
Com jeito de advogado,
Nem vê o acidentado
Rodeado e no escuro
Mas já pensa no seguro
Do pobre atropelado.
“-Chegou o irmão do morto!
Deixem passar, por favor...”
E o povo se afastou
Pra ele olhando, absorto.
E ele, a direito e torto,
Venceu o ajuntamento
Mas parou por um momento
Olhando a face de todos
Que lhe faziam ápodos...
O morto era um jumento.
* * * * *
Poesia baseada em narrativa de cunho satírico
publicado em diário pessoense, que dá a entender
ter efetivamente ocorrido
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