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Poesias-->ROUBEI O LADRÃO -- 01/11/2009 - 21:38 (JOAQUIM FURTADO DA SILVA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


ROUBEI O LADRÃO (republicaçao)



Quando eu ainda era gente,

Em um domingo, à tarde,

Eu escutei grande alarde

E me virei de repente;

Vi um cara diferente

Passando, de bicicleta;

Tinha até um ar de atleta,

Um porte físico aprumado...

E, logo atrás, um coitado,

Gritava feito pateta.



Foi rápida como uma seta

A minha idéia da cena:

O de trás me dava pena –

Uma figura abjeta;

Corria, numa linha reta,

A pé, atrás do primeiro,

Gritava: “—Leva o dinheiro.

Mas joga a minha carteira!”

Eu tomei-lhe a dianteira

E fui ao outro certeiro.



E logo, um meu companheiro,

João, irmão de Jaqueta,

Montou na motocicleta

Seguiu a gente, ligeiro.

Entretanto, o desordeiro

Em muito se adiantara,

Com a bicicleta do cara

Que tinha roubado há pouco,

Eu correra feito um louco,

Contudo não o alcançara.



Eu já tinha desistido

De perseguir o ladrão;

Sentei-me um pouco no chão,

Pois estava esbaforido.

Bastante tinha corrido –

Uns três quarteirões, ou mais...

Mas chegou João, logo atrás,

Na sua moto CG,

E disse a mim: “-Vamos ver

Se o cabra é mesmo capaz!”



“-Monta logo aí, irmão!”

Eu atendi prontamente ;

Deu tempo ainda da gente

Ao longe ver o ladrão,

Cruzar numa contramão

E entrar na Universidade;

Pois via a necessidade

De procurar se esconder

Dentro da UFPB,

Pra descansar à vontade.







E como quem desistisse,

Seguimos a estrada de fora,

Sem fazer qualquer demora

E sem que o cabra nos visse.

Nós contávamos com a tolice

Do ladrão, que, sossegado,

Já não estando acuado,

Esqueceria a defesa...

E fomos esperar a presa

Lá na frente, do outro lado.



Bem próximo da Reitoria,

Paramos a motocicleta,

E aguardamos o atleta,

Que em nosso rumo viria...

Nem demoramos a vigia,

Apareceu o ciclista

Eu pulei sobre o artista,

Com o pé contra o seu peito,

E ao desviar-se, o sujeito

Caiu na beira da pista.



Levantou com rapidez,

Entrou correndo na mata,

E foi só a conta exata

Pra eu não pegá-lo de vez.

E eu nem conto a vocês

Que aquela criatura

Perdeu logo a compostura;

Correu gritando: “-Papai!”

Levanta aqui, ali cai,

Sumiu-se na mata escura.



Resgatei a bicicleta –

Tinha quebrado o guidão,

E na garupa de João

Montei na motocicleta .

Dali, pegamos a reta

Para a casa do rapaz

Que eu tinha visto atrás

Do larápio que o roubou.

Quando ele nos avistou

Riu, que não parava mais.



Era alegria demais,

Para coisa tão pequena;

Pra mim, não valia a pena

O veículo do rapaz.

Mas quase eu caí pra trás,

Quando ele me explicou

Que o ladrão só lhe tomou

Dinheiro, não bicicleta,

E que ao ladrão-atleta,

Foi a gente que roubou.



* * * *



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