Gente, sabe aquele papo da liberdade, do livre ser pensante na natureza. Coisas que a Gnosis, o Zen-budismo andam pregando por aí? Esses dias estava discutindo com uma amiga a profundidade das palavras de Raul Seixas, uma das figuras mais emblemáticas da música brasileira em todos os tempos. Letras como "A lei", "Anarquilópolis - cowboy fora da lei nº 02" e "Por quem os sinos dobram", me fazem crer que o Maluco Beleza estava bem a frente do seu tempo. Pois é. Liberdade adquirida, direitos iguais, sementes para o futuro... a filosofia é a melhor receita para o ego autoritário, neste caso, o nosso.
Bem, quanto a este assunto...
Meu mundo é tão ruim quanto o seu. Duvida? Se você tiver mais de dez amigos ( aqueles de verdade, que nas horas do aperto estão ao seu lado, sempre ) será muito. Colegas, esses contamos no varal. No geral, encontramo-los com relativa frequência ( bares, teatros, restaurantes, shows, etc. ) no dia-a-dia. Mas muito rapidamente se desfazem uns dos outros. Colegas sempre colegas, nada mais. De vez em quando, surge uma amizade duradoura, mas não é práxi. Os grandes amigos surgem inesperadamente, nos dando aquela força. Grandes namorados são ótimos amigos, grandes amigos podem se tornar ótimos namorados. Portanto, se você tem os seus, preserve-os. Quanto a isso, não existe fórmula certa. Só não faz amigos quem não quer. Às vezes, você perde tempo com pessoas desnecessárias - que juram serem amigas - , e alguém do seu lado espera uma oportunidade para se aproximar. Quando consegue, então você pensa: "meu Deus, como não pude notá-lo(a) antes! Que grande humano está comigo". Claro, antes que eu esqueça, existem as armadilhas. Há pessoas que interpretam uma amizade em busca de algo, geralmente não alcançam o objetivo. Até se apegam a nós, mas com o tempo vão se desfazendo disso... coisas da vida. Existem aqueles que criam projeções do seu caráter e alimentam esperanças sobre você. Estes também se decepcionam com relativa facilidade - tentam justificar suas frustrações pessoais culpando alguém, o que infelizmente fazem por toda a vida.
Antes de declarar guerra para alguém, pense mais um pouco. O seu aliado pode ser o mais abjeto dos vilões, e comumente, eles nos admiram. Mas antes que eu esqueça: ame a si mesmo. Tenha auto-estima. Só poderá convencer os outros de sua amizade se convencer o próprio caráter. Assim o mundo muda conosco. Liberdade seja dita!
Para ler mas, busque no site google paulokalil@hotmail.com. Boa leitura!
Paulo Milhomens
É ator e estudante de História na ponta da greve federal.
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