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Artigos-->52. DIANTE DA INUNDAÇÃO — HOMERO -- 11/12/2002 - 08:50 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Ainda há pouco, estivemos trabalhando no socorro a alguns irmãos encarnados que viram suas casas invadidas pelas águas da chuva e se revoltaram contra os poderes constituídos, exigindo mais prontas e rápidas atitudes para minorarem os prejuízos que a inundação causou. Não nos preocupam tais perdas materiais mas os desarranjos espirituais que essas atitudes de inconformismo provocam. Já de há muito vemos os seres humanos despejarem todo o seu rancor sobre os responsáveis pela manutenção e guarda dos bens coletivos, em abominável aborrecimento, que só serve para aumentarem-se os débitos que cada qual carrega em si, pela constância com que se deixam levar pela ira. Só mais tarde adquirirão consciência exata dos malefícios que tais desequilíbrios provocam, quer no âmbito do corpo físico, quer no que respeita ao perispírito.



Sem dúvida nenhuma, cada um de nós terá que se haver com os arremessos de ódio por que nos deixamos dominar e aí teremos que recapitular as nossas vidas anteriores, procurando bem caracterizar a causa profunda que nos levou a esse procedimento. Evidentemente, cada um verá que a razão que orientou o comportamento desequilibrado se deve a motivos vários: ou o indivíduo sofreu danos grandes em virtude de catástrofes naturais, ou foi espoliado pelos ricos e poderosos senhores, que sempre existiram a preponderar sobre os mais fracos e indefesos.



No primeiro caso, costuma-se clamar contra a justiça divina, em arroubos de linguajar e de gestos tresloucados diante da simples perda de lápis ou caneta, por exemplo; trata-se aqui dos blasfemos que injuriam a criação, na figura maior do Criador, em injustificada e desqualificável atitude do mais profundo ódio armazenado durante várias encarnações. Aos poucos, tal ato vai sendo diminuído e as pessoas tendem a amainar seus ímpetos por causa do esquecimento natural que o tempo costuma impor à mente humana. De qualquer forma, no entanto, persiste a revolta na maneira mesma de como se configura a personalidade e este tipo de reação se incorpora à mentalidade do indivíduo, impedindo-o, muitas vezes, de enxergar o despropósito de suas reações intempestivas.



Quando se trata, por outro lado, de revoltas oriundas de razões de ordem social, econômica, política ou, até mesmo, religiosa, em suma, de pessoa para pessoa ou de pessoa para entidade, aí a reação padronizada é de ajuntamento de seres com os mesmos problemas e o mesmo tipo de reações, pois suas vibrações se afinam pelo mesmo comprimento de onda, e surgem os motins, as revoltas organizadas, os clamores coletivos, já que poucos são os que não passaram por momentos angustiosos provocados por atos de usurpação de bens materiais ou de crimes perpetrados contra pessoas de seu relacionamento. Neste caso, é preciso tomar cuidados especiais para que o socorro se dê condizentemente com o roteiro de amor que deve presidir todos os atos de comiseração e reerguimento.



As pessoas envolvidas nos protestos que presenciamos e que foram objeto de nossa emergência vinham de quadros antigos de sofrimento do segundo tipo. Estavam estagnadas moralmente, pois concentravam seus esforços tão-somente em “vingar-se”, em debelar as lembranças intuitivas subjacentes em suas mentes, por séculos de opressão. Tais pessoas oneram-se ainda mais, pois convivem com a miséria e a dor, e sói acontecer, mui freqüentemente, de estarem sendo insufladas por espíritos interessados em desarmonizar a sociedade, para cumprirem seus mais escusos objetivos de maldade. Não queremos, com isso, contudo, isentar de responsabilidade os que agem sob o impulso imediato de sua personalidade forjada no sofrimento, moldada na dor e crestada na fornalha do inconformismo vicioso.



Deve-se, então, agir com muito tato no tratamento de tais desvios de conduta, procurando a equipe socorrista compreender os motivos mais profundos do procedimento incompatível com as normas evangélicas do amor divino e obtemperar com muita sabedoria as palavras de incentivo ao soerguimento necessário para o novo encetamento da caminhada rumo à verdade eterna. Cabe-nos, desse modo, estimular os centros nervosos, no sentido de inspirar idéias de recuperação dos bens perdidos, através da confiança que se deve atribuir aos poderes públicos constituídos, revigorando a expectativa e impelindo os desejos para áreas de possível e imediato atendimento.



No caso da invasão das águas, tivemos que rapidamente insuflar no ânimo das autoridades presentes a predisposição de virem a tomar atitude que comportasse medidas de caráter urgente, para sossegar o espírito de quantos se revoltaram, exigindo providências imediatas. O clima de confiança foi sendo readquirido e puderam os participantes do litígio que se esboçava respirar ares mais calmos, na expectativa do cumprimento das promessas. Ao mesmo tempo, movimentamos recursos de ordem moral, para sanar as deficiências na guarda pessoal de cada um que se encontrava aberto à influenciação de espíritos maldosos e jocosos, que se regozijavam ao ver, na sua própria expressão, “o circo pegar fogo”.



Afastada a possibilidade de virem a obter sucesso, esses espíritos aceitaram o nosso convite para se afastarem e deixarem o campo livre para nossa atuação, agora mais próxima do reequilíbrio entre os impulsos magnéticos de revolta e os que orientam a atitude de defesa necessária para que a pessoa encarnada obtenha bom desempenho, segundo o seu próprio ver e de acordo com os padrões sociais das pessoas envolvidas. Mais tarde, teremos de confirmar se o nosso trabalho não foi contaminado por fatores supervenientes, como os da exploração política, como os do alheamento individual através da bebida alcoólica, que induz a pessoa a cometer atos insensatos, como os do sensacionalismo jornalístico, que promove o engrandecimento de quantos se projetam nos noticiários etc.



Fizemos questão de enumerar alguns fatos ulteriores ao evento principal, para que o leitor tenha a exata noção do que se passa na realidade dos homens e possa considerar o poder dessa influenciação em sua pessoa, em casos próximos a este relatado. Por exemplo, simples interrupção do trabalho mediúnico pode gerar desconforto momentâneo e pode provocar reação de desagrado que, no fim, acaba perturbando emocionalmente o ser que vem recebendo, com tanto esmero e atenção, este conjunto de mensagens.



Que dizer, então, de pessoas que amealharam, durante muitos anos, uns poucos de bens materiais e que se vêem, de repente, na condição de perda total, sem restauração aparente do bem-estar?! É preciso, portanto, muito cuidado nas diligências socorristas, e isto estamos a dizer não só no plano do socorro espiritual, mas também e principalmente no campo da assistência humana aos confrades que, tão penosamente, se viram na contingência de abandonar todos os seus haveres à sorte da catástrofe. Por isso, irmãos, contenham os seus impulsos de rebeldia em qualquer situação aflitiva e busquem, na palavra do Senhor, o conforto necessário, para que não se percam os bens amealhados, esses sim menos sujeitos às intempéries, mais seguros e estáveis.



Não nos precipitemos no vácuo da ignorância moral mas afinemos a mente pelo diapasão moral dos conhecimentos hauridos nos livros sagrados e ponderemos o procedimento segundo a orientação das lições ministradas pelo Cristo, que nunca se afastou um milimícron sequer das leis de Deus. Para isso, busquemos o refúgio na meditação e na prece, que do céu descerão as vibrações necessárias para nosso restabelecimento e restauração de todos os bens perdidos.



Ao trabalhador, o trabalho; ao operário, a função de criar, com orgulho e com ufania, as condições materiais através das quais cresce o amparo do homem para com seu semelhante; ao sacerdote, ao apóstolo, ao socorrista, a função de buscar no Evangelho o amparo às vítimas do infortúnio, da exploração e da dor.



Não se perturbem com as nossas palavras, pois brotam do fundo do coração e procuram eficaz lenitivo para quantos se perdem e não reencontram os caminhos do Senhor. Paz e felicidade e que não falte trabalho honesto para quantos se prontifiquem a auxiliar. Fiquem com Deus!



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