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cronicas-->Rapidinha ou Sexo Feito às Pressas -- 04/09/2005 - 23:57 (Carlos Eduardo Canhameiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Rapidinha ou Sexo Feito às Pressas ou o que for Melhor em Cada Situação

Carlos Canhameiro

Quarto escuro. Ela geme baixo. Ele não.
- Eu vou gozar... Caralho. Vou gozar. Isso, mexe que eu vou gozar... Ah, vou gozar...
- Anda logo... Fica só na promessa. Não percebe que já estou ficando seca.
- Gozei. Que alívio, não?
- É só um punhado de esperma, João Carlos, não o acontecimento do ano.
O escuro é ferido: o isqueiro acende o cigarro. Ele não foge a regra, fuma depois do sexo, única prova de que ainda está aceso. Infelizmente, o cigarro não deixa sua boca totalmente ocupada.
- Você gozou?
- Antes você não precisava perguntar...
- Antes você demonstrava melhor.
- Demonstrava não, fingia.
O restante do escuro é desfeito com a luz do abajur. Ele, mão no interruptor e cara de otário.
- Como é que é?
- João Carlos, não me venha com essa cara de novidade. Eu fingia... Toda mulher finge no começo. Hoje gozei três vezes, quietinha, sem escàndalo... Tem umas que fingem a vida inteira.
- Que alívio! Sou um felizardo então?
- De certa forma, é sim!
- Vou começar a fingir orgasmos a partir de hoje.
- Homem não sabe fazer isso...
- Não?
Arrebatado por Baco, ele finge um orgasmo tão perfeito e igual ao primeiro da noite. Caras, bocas, gemidos. Tudo presente, menos o esperma.
- Estou surpresa...
- Viu?
- Ok. Estamos quites! Vamos dormir? Já cumprimos com nossa obrigação de casados...
- Obrigação?!
- Onde foi parar o senso de humor?
- Por que vocês fingem?
- Porque vocês não sabem fazer a gente gozar... E para não ficar com a dita cuja toda assada, é melhor fingir e deixar o caminho livre para vocês gozarem.
- Fico feliz de ter nascido homem.
- Eu que o diga!
- Vamos mais uma?
- Tó seca...
Ele, com o cigarro apagado no cinzeiro, mostra a língua, um tanto quanto... Amarela.
- Nasci com lubrificante embutido!
- Não ficou nada seu aqui dentro?
- É meu, não tem problema...
- Então vem, mas faça o favor de não confundir o meu clitóris com um sorvete de limão...
- Azedo...
O escuro volta a cobrir o quarto. Há certas cenas que nunca deveriam ser reveladas. Ela geme, um pouco mais alto.
- Mais para cima... Aí... Não pára... Não ouse parar...
O escuro permanece e o ambiente é ferido novamente, não por luz e sim pelos sons dos vizinhos.
- Me come, seu filho da puta.
- Fica de quatro, piranha. Isso, vou te foder inteira!
Agora sim, abajur aceso. Os dois sentados na cama. Atentos à peça radiofónica encenada pelo casal no quarto ao lado.
- Me bate. Isso... Mais... Me fode, filho da puta.
- Cala boca, vou gozar na sua boceta. Vou encher ela de porra...
- Goza, vem junto que eu também vou gozar. Mete. Vou gozar...
- Tó gozando, vagabunda.
Pode-se afirmar, sem pestanejar, que os vizinhos haviam gozado juntos. Os do outro lado, estupefatos, tentam disfarçar o estado um para outro. Ele nunca consegue ficar em silêncio.
- Vizinhos novos...
- De onde vieram?
- Da sexolàndia!
- Ela fingiu.
- Como você sabe?
- Mulher não goza de quatro... Ainda mais junto com ele.
- Não? Por quê?
- Por que o clitóris não fica no cú...
- Ela pode ter orgasmos vaginais.
- Então, quem tá comendo ela é um ET. Orgasmo vaginal é coisa de psicanalista tarado...
- Nem vou perguntar...
- Nem ouse. Só no clitóris... E esse já foi uma dificuldade.
- Será que ele batia de verdade?
- Talvez ela prefira apanhar para disfarçar a frigidez...
- Ela parecia ser sincera.
- Ele parecia comê-la feito homem...
- Boa noite.
O abajur volta a descansar. Os vizinhos não.
- Esse dedo está indo longe demais.
- Agora eu quero o seu cuzinho.
Luz. Desta vez, ela é quem parece inconformada.
- Essa eu pagaria pra ver.
Pagando ou não, o casal vizinho continua o segundo tempo.
- Coloca devagar... Isso.
- Que apertadinho. Vou gozar num segundo.
- Goza... Enche meu cú de porra! Bate mais... Mais...
- Sua bunda é a coisa mais deliciosa do mundo... Vou goz...
- Eu te amo.
- Minha deusa, eu também.
No inferno ao lado!
- Deusa?
- Só assim para levar ferro na bunda ainda dizer que ama.
- De onde eles vieram?
- Da Fantástica Fábrica de Chocolates.
- Comeu o cú dela... Ainda bateu... Então, existe mulher que gosta?
- Melhor apagar a luz. Não é uma vizinha depravada que vai despertar meu lado aventureiro. Pode tirar seu Indiana Jones da minha bunda que esse buraco ele não vasculha.
- Ah, quanto erotismo.
- Apague a luz...
- Fiquei excitado.
- Bate uma punheta. Perdi o tesão...
- Boa noite.
Escuro. Os vizinhos libertinos num silêncio perturbador. O videocassete desligado. O jovem e solitário morador já havia se masturbado duas vezes, o suficiente para uma boa noite de sono. Na outra cama, de casal, cada qual deitado do seu lado rotineiro. Ela com o pensamento no vizinho. Ele, dormindo.
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