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Cronicas-->A PÁTRIA SEM UFANIA -- 01/09/2005 - 17:59 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



SETE DE SETEMBRO
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

De repente, bateu aquela saudade. De um Sete de Setembro que ficou no passado. Guardado no baú de minhas belas recordações. Fui procurá-lo. E lá estava ele, parado no tempo, fotografado. Várias fotografias. Instantes de mágicos momentos. De um feriado jamais esquecido. Um grito de liberdade. Em fotos amareladas. Com prazo de validade vencido. No papel enrugado. Entre sujo e rabiscado. Fotos de tanques, canhões e soldados. De bandeirolas tremulando ao vento. De rostos e sorrisos estampados. De olhares voltados para o firmamento. Aviões e paraquedistas pelos ares.

Lembranças que trago na manga da camisa. A carta de um baralho que dá forças e anima. Neste jogo da vida que, temperada pelo tempo, tudo ensina. Na cartola de um coelho branco, verde, azul e amarelo. De um país que já foi, e ainda poderá ser (e será, por certo) mais belo. O coelho do jeito que eu quero. Que nós todos desejamos. Como a pureza dos olhares e sorrisos das crianças ao descobrir mundos novos no picadeiro. Que se divertem no colorido das cores que homenageiam o Dia da Pátria Amada Brasil.

O Sete de Setembro de céu azul e de sol forte. De milhares de mãos de crianças ocupadas com algodão doce, em tons rosa e azul; com pipocas doces, salgadas e carameladas. E com as mesmas cores do algodão.

Ao som da banda de fuzileiros navais, com sua dança, sua trança e seu traçado; e suas notas, do seu trilhar bem musicado. O som marcado pelas botas no asfalto. Pernas firmes, movimentos coordenados, a elegància dos soldados.

Sete de Setembro dos grupamentos bélicos. Da esquadrilha da fumaça. Assustando e alegrando o céu da praça. Com seus rabiscos e desenhos de fumaça. Mostrando o orgulho e o valor do brasileiro. De uma raça. De companheiros. De nossas garbosas forças armadas.

Sete de Setembro de antigos e destemidos guerreiros. Que agora passam. Cambaleantes, orgulhosos e altaneiros. Ex-artilheiros, infantes e cavaleiros. Heróis nacionais. Ex-pracinhas que por nós lutaram. Com os aliados, os estrangeiros. Bons companheiros. Nos campos da Itália e do mundo inteiro. Elevaram o brio e a garra de nossos guerreiros.

Envolto em bandeirinhas, cansado e satisfeito, percebo que o pirulito chegou ao seu final. E, de mãos dadas com meu pai, volto para casa, orgulhoso de ser brasileiro.

Sete de Setembro que se espera. O Brasil dos brasileiros. Sem predadores nacionais e estrangeiros. O Brasil dos bons propósitos. Da educação pública de qualidade. Da fartura de empregos nos classificados. Do salário condizente. Da justiça social. Do transporte coletivo, ao ar livre, como o bonde. Da assistência à saúde. O Brasil que não se esconde. Em promessas e mentiras. Que adia o futuro mais pra frente. Eternamente. Com bravatas e metáforas. Que explicam, mas não justificam.

Um país sem Sete de Setembro. Que país é este? Onde as falcatruas se amontoam. Piratas e corsários roubam recursos do Erário.Malas de dinheiro sujo voando pelos ares. Investigações que se arrastam em disputas eleitoreiras. Que se perdem nas manobras costumeiras. Na apologia da mentira e do cinismo declarados.

Um país em que o circo foi montado às avessas. Onde as comissões sentadas nas arquibancada, mostram os interlocutores mentindo e sorrindo da gente. Nós que mudamos para o picadeiro. Fazemos o papel de palhaços de nossos antigos companheiros. Claro que com exceções. Mas, no geral, o circo de nossa infància, é, hoje, o circo dos horrores. E a pipoca e o algodão doce, andam dizendo, serão trocadas por pedaços de pizzas mal passadas. Que futuro nos espera? Que Sete de Setembro queremos? Uma nova tomada de Monte Castelo? Na Itália? Ou n o Brasil? Para engolir a pizza congelada?

Precisamos reproduzir aquelas fotos. Voltar ao passado. Retomar nossas crenças e valores. Voltar nossas atenções para o povo brasileiro. Para o nosso Brasil. Precisamos respeitar nossas instituições. Pintá-las com nossas cores: verde, amarelo, azul e branco. Com ordem e progresso. Chega de tanta covardia e mediocridade. De subserviência. De tanta vaidade. Chega de sermos o país do futuro. Sejamos, agora, a grande nação do presente.
















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