parece-me que vai chover
espero
maritacas inquietas
os gatos passam a mil
o que faz o céu chover?
seria assim como eu
que me quedo na varanda
afogada em umidades
e choro, choro?
acendo uma vela azul
pra enganar meu coração
encho a taca de vinho
caneta, papel na mão
espero
não chove
o vento se aquietou
e o verso não me vem
nem me sai o sol da nuvem
como zombando de mim
pobre sol, não compreende
zomba apenas de si mesmo
- renega seu próprio brilho
e se torna tão pequeno!
ah, não era Sol...
- que disfarce excelente.
e, agora, finalmente,
a chuva, o verso, o vinho
eu?
sentadinha na varanda,
espero pra ir em frente.
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