Olhos semicerrados
por cílios longos, rendados
de sonho, manchado a luz,
não levanta a cortina
desse avesso de rotina
livre de ponte e cruz.
Dorme que eu durmo também
além do horizonte e aquém
dos meus quereres, amém.
Deixa qu`esta luz pálida
de verdades de coxia,
atue sombra e luz fria
e adormeça alvoradas.
Em teu limbo de cochilo
corres risco de acordar
de um sono, meio dono
desse sonho a me sonhar
onde meeira, a vigília,
os olhos, abre com sabre,
ao despertar do abandono.
Elane Tomich
09 / 2009
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