A noite da fuga
O cantor canta calmamente
Enquanto donzelas suspiram na noite etérea
E jovens insones olham oniricamente para o teto:
É a liberdade que silva como um vento na janela,
Que bate a porta com discrição circense,
Parece algo irreal mas ainda assim puro.
Neste período de ironia,
Tudo parecerá, senão mais belo, um pouco
Mais esperançoso- o cinza, rodando e rodando,
Virará um colorido furta-cor... contraria
As lógicas, as leis, o ensino avaro e mesquinho.
Ame essa certeza. Apague o aborrecimento da dúvida.
A carruagem do sonho e da oportunidade passarão
A meia-noite. Eu estarei dormindo, mas pessoas de boa-fé
Ergueram seus candelabros, saudarão alguma saudosa
Memória que retorna através dos vigorosos passos de um corcel intrépido.
E enquanto tudo passa
Como uma pegajosa moral nihilista
Tudo que pertence ao reino dos sentidos se dissipa
E o amanhã envolve-se num manto de incerteza amena.
(Eder Luis T. Kamitani) |