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Artigos-->ESCRITORES E EDITORES -- 29/02/2000 - 23:19 (Paccelli José Maracci Zahler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ESCRITORES E EDITORES



Paccelli M. Zahler



Além do dom para escrever e do árduo trabalho de selecionar as palavras adequadas, polir o texto, dando-lhe o brilho necessário para expressar as idéias com clareza, o sonho de todo o escritor é ver seu trabalho publicado, lido e criticado pelas pessoas.

A criação de um texto, apesar de trabalhosa, não é o maior problema do escritor. A questão chave é encontrar o editor certo para publicar e promover o trabalho, além de recursos financeiros para cobrir os custos da publicação.

Segundo o poeta Mauro Castro, Presidente da Academia de Letras de Brasília, "o Brasil sempre teve bons escritores, os quais necessitavam ter outras profissões para sobreviver" (Revista ACADÊMICA, novembro/1998).

Em artigo publicado pela Revista BRASÍLIA, em julho de 1992, Epitácio Torres diz que "em nosso meio, o escritor, marginalizado e incompreendido, abandonado pela indiferença", escreve em um país "onde considerável contingente é formado por semi-letrados, sem o hábito da leitura".

A grande maioria dos escritores brasileiros precisam retirar uma parte do seu salário para poder mostrar os seus trabalhos. Aliás, os grandes escritores brasileiros, como por exemplo Carlos Drummond de Andrade, bancaram do seu próprio bolso os primeiros livros.

A falta de recursos financeiros propicia o surgimento dos escritores oportunistas e vaidosos que, não tendo vocação para as letras, porém abastados, têm mais chances que os demais. Entretanto, para sorte da Literatura Nacional, ficam em voga por algum tempo e depois não deixam nenhum vestígio, desaparecem, não se fala mais neles.

Na obra satírica OS BRUZUNDANGAS, Lima Barreto critica o comportamento dos literatos mais preocupados em agradar as classes sociais mais elevadas para ganhar prestígio e conseguir postos bem remunerados. Para ele, a literatura tinha por "missão fazer comunicar umas almas com as outras, ligando-as fortemente de modo a reforçar a solidariedade humana para que todos os homens se tornassem capazes de conquistar o planeta e se entenderem melhor com o objetivo de atingir a Felicidade".

O fato de não existir uma política governamental de incentivo à cultura, onde a Literatura possa ocupar seu espaço, deixa os escritores com talento em potencial na condição de "autores às expensas próprias", segundo as palavras de Umberto Eco no livro O PÊNDULO DE FOUCAULT, e submissos às "vanity press" ou "editoras da vaidade" (em uma tradução livre). Estas editoras se preocupam mais com os autores que com os leitores pois são aqueles que garantem o seu faturamento.

É claro que existem editoras sérias que produzem trabalhos de qualidade, permitindo que o autor, mesmo às expensas próprias, tenha o seu estilo perfeitamente identificado em antologias que conquistam os leitores ao invés de os afastarem.

Em matéria publicada no jornal IMPRENSA LITERÁRIA, de maio de 1999, intitulada REFLEXÃO SOBRE O ATO DE ESCREVER, o escritor Artur da Távola diz que: "Quem deseja escrever não deve pensar no sucesso e sim nos seres com quem se identificará, muitos ou poucos, não importa". Esta afirmação reflete o idealismo de todo escritor, o qual esbarra na dificuldade de encontrar uma editora que se interesse em publicar seus trabalhos e nos recursos financeiros para lograr este intento.

O escritor, como todo artista, busca um reconhecimento e uma satisfação pessoal pelo trabalho produzido. Neste aspecto, a figura do editor é fundamental.

O editor precisa ter conhecimento e sensibilidade para analisar o trabalho apresentado e, quando necessário, sugerir mudanças no texto para que este se torne mais expressivo e identificado com o leitor.

Sobre o autor:

PACCELLI JOSÉ MARACCI ZAHLER é escritor, membro da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias e da International Writers and Artists Association (IWA).

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