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Poesias-->baú de lembranças -- 23/03/2001 - 00:17 (Tânia Cristina Barros de Aguiar) |
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arrumo o baú de lembranças
começo com coisas pequenas
uns poemas de amor – alheios
que julguei fossem meus um dia
um amuleto, ainda,
minhas próprias poesias
guardo uma taca tão pequena
- rosa amarela e pedrinhas
fitas, fotos, cristais,
restos de vela-estrela
com um pedaço de ametista
pedras de cachoeira
uma passagem usada
e um bocado de sorrisos
como juntei coisas, sentidos
sobram do baú que tenho
como a melancolia doce
de quem soubesse o que seria
essa não cabe,
esgota-se em poesia
- palavras doces de amigos
agora, o sagrado livro
onde li o que sabia
e posso dizer a minha alma
– não te aflijas
nem te culpes
não te ouvi porque queria
desafiar-te os avisos.
findo o tempo de enganos
vamos a vida com fome
retomar as fantasias
que é tempo de coisas pequenas
é tempo de buscar sorriso.
fecho a tampa do baú
e ainda encontro a doçura
mesmo no gesto indelicado
e na ausência de poesia
do beijo ao verso
guarda o tempo
repositório dessa vida
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