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Cronicas-->" Charlas " -- 17/08/2005 - 11:41 (Paulo Maciel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Apesar de escrito em 1959, há 46 anos, portanto, ainda acho esse texto interessante:

"Charlas"

Há poucos dias, lendo Pitigrilli, tomei conhecimento da história do orador Frederico Garcia Sanchiz que tão profundamente impressionara o fecundo escritor pelo fato de "falar durante duas horas sem cansar a sí e ao auditório". Tal reminicência do autor de "Mamíferos de Luxo" veio mesmo a propósito, justo no dia em que eu fóra obrigado a proferir palestra para um pequeno grupo de pessoas sobre assunto atual e discutido. Tivesse passado os olhos na crónica de Pitigrilli, cujo título reproduzo nesta, antes de haver-me submetido à desconcertante experiência e, certamente, poderia ter obtido melhor resultado na minha falação.
Na verdade, o que me chamou a atenção para o caso do mágico falador foi a semelhança de sua situação com a minha, quando mais não seja pelo tempo de duração da palestra, ainda que eu leve meia hora de vantagem sobre ele. Por que os resultados conseguidos foram inteiramente opostos. Enquanto aquele "prestidigitadr da palavra" teve o auditório nas mãos, preso das mais intensas emoções, conforme o desejava, eu passei duas horas e umais um bocado boiando na complacência dos meus assistentes, cheio de sobressaltos e vivendo intensamente suas reações.
Ao próximo amigo (!) que me convidar para provocar discussões em grupo (esse é seu infalível argumento de convencimento) responderei com um palavrão, preferindo arrostar sua ira momentànea do que os duradouros olhares de piedade de meus possíveis ouvintes.
Do meu insucesso na recente experiência vale a pena retirar algumas lições, que poderão servir de subsídio para pessoas mais corajosas e perseverantes que venham a por-se na minha posição.
A primeira diz respeito à própria palestra. Meu tema era mais vasto qe assunto de mulher e eu pensei que, limitando-me a um de seus campos, restringiria a possibilidade de alongar-me e perder-me.
Pois bem, foi extamente isso o que aconteceu. Na hora da exposição eu vi tão pouca coisa a exploar no pequeno território que escolhera que fui obrigado a entrar em outros, embrenhando-me em zona perigosa, na qual perdi mais de meia hora para achar o caminho de volta.
Não se devo recomendar, em segundo lugar, a preparação cuidadosa do discurso ou aconselhar a que se trace apenas um roteiro, deixando livro campo à imaginação. No meu caso escolhi a última hipótese mas, positivamente, devo ter sido enganado pela leitura da vida de poetas-repentistas famosos. O que se deu comigo foi simples. Com medo de ficar nervoso desde a véspera, assim como quem sabe que no dia seguinte tem de arrancar um dente, preferi anotar alguns tópicos a título de itinerário e permitir que minha capacidade de improvisação atuasse durante o "tete a tete". Bom, acho que não é necessário dizer o que realmente aconteceu...
O terceiro conselho é meio pérfido. Diz respeito à apresentação e ao comportamento do conferencista na hora do encontro. Talvez seja melhor não se mostrar muito modesto, ostentanto aquele ar de humildade intelectual ante a erudita assembléia. Essa atitude é vista como ato de mgnanimidade e sempre se espera um assombro de objetividade e clareza, justamente par ofuscar aquela impressão inicial. Os profetas eram humildes, mas também eloquentes e ótimos oradores. Não é bom apresentar-se como profeta nos dias de hoje.
E, finalmente, uma última sugestão para os que desejam, de qualquer forma, alcançar o dom da oratória. Sugestão que é uma regra universal recomendada pelas escolas especializadas,mas da qual nunca mais quero me utilizar: FALE! para aprender a falar em público a forma infalível é: fale sempre que for possível, que tiver uma oportunidade, mesmo que depois tenha de fingir que não viu o infeliz ouvinte de seu longo aprendizado...
01.09.59
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