CRENÇA PERDIDA
Por Vera Linden
Foi tanta a indiferença...
O coração dela perdeu a crença
No que fosse um amor de verdade
Já não tem mais a ingenuidade
De sentir-se amada
Tornou-se, pois blindada
A este sentimento
De tal contentamento
Reduziu-se a sua insignificância
Na paz de uma completa tolerância
Cansou-se das muitas brincadeiras
De paixões dúbias e passageiras
Ama, contudo o AMOR
E, seja como for
É feliz. A si mesma se basta
E não cai mais na ilusão vasta
De achar que desperta
A qualquer coração, batida mais forte
Já não tem mais a sorte
De causar amor ou emoção incerta
De ter alguém por ela enamorado
Cansou-se deste fado
A idade da desesperança, vem
E o coração dela tem
Um grande senso de juízo
E não cai mais no prejuízo
De julgar ou se enganar
Que pode ainda provocar
A atenção ou o amor de alguém
Seu coração é como um mendigo sem vintém
Contenta-se em ver o AMOR passar
E procura com isto se alegrar.
O coração dela está aposentado.
Disse-me. que ele, de se iludir está cansado.
Um pobre coração ferido pelas tristezas
De toda uma existência de incertezas.
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Ah! Pobre mulher! Cujo coração adormecido
Busca, disfarçadamente,alguém de si compadecido.
Amor não nasce da compaixão
Nasce, deveras, com muita paixão
É preciso amar-se primeiro
Valorizar-se por inteiro
Em um coração amoroso, vivo, desperto
No coração integral,sensível e aberto,
Às graças vivas deste mundo.
Assim, nasce este sentimento profundo.
Não existe aposentadoria ou reforma.
É livre de teoria ou norma,
O AMOR não tem cor, idade, identidade
É vivo, forte e belo de verdade!
É chama, que cultivada, torna-se imortal.
Fogo sagrado, AMOR vivo, incondicional.
Agosto de 2009 - Vila Velha - ES
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