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Cronicas-->Darcy -- 15/08/2005 - 10:54 (Paulo Maciel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Darcy


Havíamos chegado à Bahia há pouco tempo, depois de morarmos oito anos no Recife, e Sónia queria conhecer um restaurante francês perto do Farol da Barra, tipo bistró escurinho, mesas pequeníssimas, desconfortável como todo restaurante francês miniaturizado, mas que diziam servir uma carne excelente!
Eu, aliás, já conhecia seu correspondente no Comércio, o Le Bistroque , que só abria para almoço, e não tinha do que reclamar.
Enfim, fomos lá numa noite de domingo, pelas dez horas, mas não demos sorte! O restaurante estava cheio, lotado, e aquela garagem mal disfarçada em bistró devia ser muito desagradável, ficar apertada, com tanta gente lá dentro!
Apesar da decepção, resolvemos não esperar por alguma vaga (até porque não havia lugar para se ficar esperando) e decidimos voltar outro dia.
Foi quando vimos o Darcy, que estava sentado sozinho a uma das mesinhas do restaurante. Ele também nos viu e, ato contínuo, cavalheirescamente como um bom catarinense, levantou-se e veio ao nosso encontro para oferecer-nos sua mesinha e sua companhia.
Aceitamos!
Darcy é uma pessoa extremamente simpática: educado, inteligente, elegante e muito polido, brindou-nos com uma conversa agradável, inofensiva, apropriada para noites de domingo.
Tanto tempo fora da Bahia, nossa terra, ele nos descreveu os novos hábitos baianos, do carnaval de rua, que deixara de ser romàntico para tornar-se violentamente participativo graças ao fenómeno do Trio Elétrico, até o Iguatemi, que se impusera como a nova Meca da Bahia, substituindo toda a Rua Chile como centro de compras, e quase se igualando à devoção do Senhor do Bonfim!
Falou do turismo, a fonte de receitas que pretendia alcançar as do cacau e do Pólo Petroquímico - ah! o Pólo Petroquímico - o grande orgulho dos baianos, lugar de empregos altamente remunerados, território para onde os novos bandeirantes, naturalmente paulistas, e já agora estrangeiros (até japoneses!) traziam a moderníssima tecnologia industrial e, sobretudo, gerencial!
Foi, realmente, uma noite muito inesquecível, tão boa que até o filet a poivre estava delicioso.
E tudo graças ao Darcy que, para completá-la, terminou por pagar a conta!
E foi aí que eu me dei conta da gafe que cometera durante todo o tempo: o Darcy não era Darcy. Era Percy! .
Ao levá-lo até seu carro, resolvi abrir o jogo e pedir desculpas.
Fi-lo, elogiando mais uma vez sua elegància, pois em nenhum momento ele estranhou ser chamado de Darcy. Pedi muitas desculpas ao Percy e fui-me embora com Sónia, morto de vergonha!
No dia seguinte, no trabalho, contei a história a um colega, destacando naturalmente o "fora" com o Percy.
Sua resposta veio cheia de perplexidade:
- Mas, de quem você está falando? Do Perseu?
23.10.85
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