Elane Tomich
Quantos dias tem depois
se é maio e, maio foi,
sem se render fevereiro?
Quanto é um aqui inteiro
de não se tocar o chão
tão leve, sentir-se não
sem pedras no coração?
Quanto o tanto que me lembro
se mal chega e, já dezembro,
minh`arte de alma autista
passa a carne em revista?
Serei verbo, partitura,
pintura, nova escultura
que o espírito exercita,
o corpo, em penas de escrita?
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