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cronicas-->Roçar -- 13/08/2005 - 11:41 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Moça bonita, bem apanhada como se dizia, chegou no bar e aproveitando a escuridão do cantinho, tirou os sapatos. Já não aguentava mais os pés apertados nos sapatos da irmã. Mais afeita aos tênis, mocassins e chinelinhos, fora obrigada a compor um visual mais elegante para ir ao casamento de uma amiga. A bem da elegància, mulher faz qualquer coisa e com ela não foi diferente. Apertou-se nos sapatos da irmã e foi-se para o casamento. Linda, mais linda que a noiva, o que nunca era por acaso. Silvia sabia, melhor dizer pressentia, a queda de Raul, seu namorado, pela noiva. Nunca comentaram a respeito, mas ela sabia. Mulher sabe de tudo, vê tudo, compara tudo, está sempre atenta. Mulher é fogo.

Mas terminada a festa, na parada no bar já não havia motivo para o martírio, não hesitou em tirá-los, ainda que temporariamente. Esticou os dedos dos pés, libertou-se como póde, ainda que dentro das meias de nylon.

Ao lado, Raul, alinhado em um costume cinza, mais parecia que o noivo era ele. Na verdade, bem que ele queria. A noiva era amor antigo jamais confessado. Mas isto são águas passadas, ela que seja feliz e, de qualquer forma, estava muito bem acompanhado e feliz com Sílvia.

Do outro lado da mesa um casal de amigos, igualmente alinhados. Passado algum tempo Sílvia sentiu um roçar em seus pés e na canela. Primeiro da esquerda para direita. Depois, passados alguns instantes, da direita para a esquerda. A meia de nylon não permitia saber ao certo o que seria. Um pé? Que mais poderia ser. A princípio ia esboçar uma reação mas se conteve, preferiu esperar, melhor dizer aproveitar, o carinho inesperado. Macio, tinha que reconhecer que estava gostando. Mas o que seria, ou melhor, quem seria?

Passou a observar Raul e o casal amigo. Raul a falar de automóveis, não parecia roçar nada. Ele que jamais sequer afrouxa a gravata, não é do tipo que tira o sapato para roçar o pé da namorada. Já João e Maria, seus amigos do outro lado da mesa, não pareciam interessados na conversa de Raul e mantinham uma postura dúbia. Sorrisos contidos, olhar disfarçado. Mas só um deles podia ser o autor. Se fosse João, com aquele jeito disfarçado? O que fazer. E se fosse Ana? Uáu!. Isto era realmente novo para Sílvia. Mas estava bom, não podia negar, decidiu fazer que não notara e pediu algo mais forte que suco de tomate. Por um breve instante pensou em retribuir, mas não sabia a quem. Conteve-se.

Foram apenas alguns instantes, até que Raul pisou no rabo do gato. A meia de nylon não resistiu.

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