RIO ITACAREMBÓ
Pensando em ti, às vezes fecho os olhos
e deixo o pensamento as asas distender,
por este espaço azul
onde não há abrolhos,
e a crença morta,
indo pode florir e viver.
Tuas águas límpidas e claras,
são pedras e grãos de areia,
a menina que sorri,
beija, abraça e chora!
Itá pedra,
como choram em sua volta,
Lírios cheirosos,
flores coloridas, mimosas!
E o silvo da serpente,
fazendo estremecer os passarinhos,
que felizes cantam,
a pular de galho em galho, Itacarembó!
Que saudade de ti
do teu ar gostoso de respirar, fecho os olhos e vejo
imenso, cauteloso a serpentear.
Sua correnteza,
entre as matas a cantar,
dominas todo reino fabuloso.
Tu és o rio em busca do mar,
curso d`água, as matas atravessar.
Itacarembó!
Tu carregas no teu leito mistérios mil,
de lendas milenares, psiu!...
Silêncio! Olhe, admire,
ouça, corra para ver,
pare para escutar, silêncio!
Por favor, veja!
O nosso Itacarembó
suas águas a murmurar.
|