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cronicas-->Boladas e Boleiros - 027 -- 09/08/2005 - 10:19 (Carlos Alcino Valadão Lopes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Triste Futuro Ingrato

Era uma vez ...
Um garotinho, pobrezinho, magrinho, cheio de fome, como tantos e tantos deste país. Diferentemente dos outros, que desde a mais tenra infància já têm de "trabalhar" no "Tráfico de drogas", o José da Silva, herdou do Cósmico o dom excepcional de tratar a bola de futebol com intimidade, carinho e a maestria presente apenas em alguns poucos premiados pela Natureza.
Ele tinha com a pelota uma cumplicidade tão grande que ambos pareciam "irmãos siameses" de tão "intrínsecos" que eram.
O "Zezinho", desde os 5 anos, era um craque. Descoberto nas peladas de rua, não demorou muito para encantar palcos maiores e aos sete anos já disputava um torneio oficial de "Dentes-de-Leite", na sua pequena cidade. Seu time foi campeão invicto e ele, o artilheiro. Aos nove repetia o fato no "Intermunicipal de Futebol Infantil".
Um "olheiro" do futebol, que não por acaso estava presente, procurou logo saber qual a origem daquele verdadeiro fenómeno e, após poucos dias, o levava juntamente com seu pai, ao qual foi prometido um bom emprego, para fazer teste num grande clube da capital.
O menino veio, viu e venceu. Esbanjando categoria, foi vencendo todos os obstáculos que lhe apareciam, com a mais humilde simplicidade peculiar de uma criança. Driblar os "becões", grandes e desengonçados; vencer os melhores goleiros, com chutes indefensáveis; fazer gols dignos de "Placa", para ele era muito divertido, além de ser extremamente simples.
E assim seguiram-se os dribles, as vitórias e as artilharias por mais dois anos, até que num belo dia, após mais um Campeonato conquistado, desta vez no sul do país, o pai do Zezinho, sócio minoritário do passe do menino, foi abordado junto com o "Olheiro", parte majoritária do negócio, por um "cartola" paulista que estava maravilhado pela arte do menino, querendo contratá-lo, imediatamente para seu clube.
Conversa daqui, negocia dali, especula de lá e, finalmente quando as bases financeiras já estavam acertadas, foram todos, menos o artista da bola, procurar os meios legais para firmar o contrato.
Decepção total! A legislação brasileira proíbe, no art. 47 - Capítulo 5, da Lei 9.615 de 1988, que versa sobre a Prática Desportiva Profissional, qualquer vínculo contratual com atletas menores de 16 anos.
E agora? Teriam que esperar ainda mais, cinco anos, para enriquecerem. Que frustração, depois de tanto trabalho e, investimento!
Quando tudo parecia perdido e, imediatamente após a desistência do cartola brasileiro, eis que surge, como num passe de mágica, a figura astuta e maquiavélica do "empresário", que munido de uma Autorização para negociar em nome de um time europeu, oferece "mundos e fundos" para levar o nosso "brasileirinho" rumo aos campos do Hemisfério Norte. Tudo isso "mascarado" por uma simples e filantrópica intenção de pagar-lhe os "estudos" e empregar seu pai, sua mãe e "bancar" a criação do restante da família.
Mal o nosso "neguinho" começou a deslumbrar o futebol europeu e, "trocentas" comissões vindas de toda a Europa e, até de alguns países asiáticos, "aportavam" nas diversas cidades interioranas, atrás de qualquer possível "promessa" que lhes eram indicadas. Teve até quem, mediante estudos genéticos, biológicos ou, até mesmo astrológicos, quisesse "ajudar" os pais do futuro craque, enquanto este ainda estava no útero materno.
Hoje; Semi-Final da Copa do Mundo de 2030, onde Holanda e Inglaterra, disputam com Estados Unidos e Japão, respectivamente, quem irá à Final; estarão em campo, nada mais, nada menos que 44 jogadores nascidos em terras brasileiras mas, naturalizados pelos países em questão. Isso sem contar os Reservas e as Comissões Técnicas.
E o Brasil? E a tão vitoriosa Seleção Canarinho? Ah! Esta foi desclassificada ainda na fase das "Eliminatórias", devido a uma total falta de "matéria prima", aliás, como vem acontecendo há mais ou menos 20 anos, desde quando um tal de Joseph da Silva Nassau Frankfurt III, fez todos os gols da partida Holanda 10 X 0 Brasil.

Para aqueles que pensam ser esta crónica uma obra de ficção, procurem saber quem é "Nicão", um menino de 12 anos, a mais recente contratação do PSV da Holanda e, constatarão ser este, apenas um humilde texto visionário.
E Tenho Dito!

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