Assistindo um telejornal vejo com pesar a reunião da mocidade atual. Jovens com dinheiro, carros equipados e muita titica de galinha na cabeça. Pseudo pilotos, assassinos sobre quatro rodas que são idolatrados e incentivados por não menos idiotas que se reúnem em um posto de gasolina para tudo assistir. Tudo regado a muito álcool e pasmem, cigarros na mão. Em pleno posto de gasolina.
No circuito improvisado desfilam cavalos-de-pau, freadas bruscas, cantadas de pneu. Desfilam idiotia e irresponsabilidade.
É parte da chamada balada. Moças bonitas que têm as pétalas de uma beleza levadas ao vento fútil da mocidade.
Então, um barulho de vidros se estilhaçando. Não podemos ouvir, mas naquele exato momento uma alma a mais sobe aos céus. Ouviremos depois, no entanto, os prantos dos familiares e dos mesmos colegas de aventura dando depoimentos e confissões de santidade aos finados.
Quem não se encaixa nesse sistema prontamente é chamado de velho, ultrapassado e careta que não sabe curtir a vida. É o preço da rejeição, de estereótipos e dogmas por eles estabelecidos. É o preço que se paga por não querer conhecer pessoas novas. Poucas se lembram da última vez em que verdadeiramente foram felizes ao lado de alguém. Poucas vezes ouviram ou disseram um EU TE AMO que viesse do coração.
Sinceramente? Para conhecer gente com QI de ostra pós-derrame, moças que lá e em barzinhos estão apenas para serem caças e homens que dessas baladas tomam parte apenas em busca da honra que as mulheres não mais fazem questão de manter, prefiro ficar a andar na minha orla em busca de minha Dulcinéia. Não me tantalizo com banalidades.