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cronicas-->Nas ruas do meu pensamento -- 14/11/2000 - 23:00 (Mauro de Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nas ruas do meu pensamento

No bairro dos meus pensamentos existem várias ruas. No centro do bairro fica a rua principal. Infelizmente é um bairro antigo e esta rua é um beco sem saída. Embora antiga, é bem calçada e lá moram as coisas principais da minha vida. Na esquina há uma casa grande onde moram meus pais. No outro lado uma casinha mais moderna que a de meus pais, mas um pouco menor, moro eu minha mulher e meus filhos. Mais adiante no sentido de sua casa, o prédio dos meus empregos e do meu sustento. Junto a casa de meus pais têm diversas casas seguidas como uma vila onde moram meus irmãos. No lado contrário moram os parentes da minha mulher e seus parentes numa vila igual a que moram meus irmãos. Quando terminam as duas vilas do lado direito e do lado esquerdo, está a tua casa que aluguei há muitos anos, é onde você mora com tudo que é do bom e do melhor. A casa é pequena, mas aconchegante e o quintal cheio de fruteiras, um verdadeiro pomar. Ouço o canto dos passarinhos, o ruído do riacho que passa atrás do quintal, e a mata verde cheia de pequenos e dóceis animais.
As vezes penso que deveria ter comprado uma casa só para você e de preferencia longe dos meus parentes, para ali vivermos mais a vontade e sem sermos perturbados por ninguém. Como bem sabes es a fonte das grandes inspirações da minha vida. Infelizmente por questão do tempo, a vida não me proporcionou o suficiente, para viver só de você e para você. De vez em quando nos afastamos e passamos algum tempo sem nos ver nem conversar.
Também não poderia ser diferente es a fonte dos meus segredos, onde eu guardei e dei tudo que houve do melhor na minha vida. Não fica bem que todos que me rodeiam saibam, principalmente meus amores antigos e perdidos que te contei e guardei contigo durante toda minha vida. Agora então que estou ficando mais velho e mais cansado, você é meu bálsamo, meu banho quente em noites frias, me faz caricias que me tiram o sono e faz-me escrever como agora, as três da manhã. Você é a fonte de meus versos quando quero ser poeta, de minhas cronicas quando quero ser escritor, alem de ser a única que aguentou e ainda aguenta as minhas horas de rancor, estupidez, e tudo que não gostamos que nos aconteçam.
Quando estou estressado corro para os teus braços e sou afagado pelo teu passado, mudando de uma hora para outra, o meu humor e a vontade de voltar a viver como um ser humano. Lembro-me dos bons tempos que foram até ruins em alguns casos, mais hoje é uma delícia recordar. Depois, já pensou o problema que daria, tu que estais cada dia mais bonita, sendo musa inspiradora para a maioria dos poetas, compositores músicos e escritores. Tu que es a única no mundo. Você que é a perfeição e inspiração dos grandes amores. Sei da tua fidelidade para comigo. Sei que não sais daquela casa sem que eu saiba e nunca acompanhaste ninguém sem mim. Es a minha rosa perfumada encastelada na minha vida. Já fostes motivo de tantas brigas e sempre fiquei ao teu lado, te defendi, sem que ninguém soubesse sequer o teu nome nem as minhas íntimas relações. Pena que quanto mais eu gosto de você mas fica difícil voltar. Quanto mais eu te quero, mais impossível e mais longe fica te querer. Embora tenhas a mesma idade, quando éramos adolescentes eu não ligava muito no que me diziam a teu respeito, e nunca me passou pela cabeça que serias tão fiel e tão minha. Diferente das outras, tu estais cada vez mais bonita, nem aparentas a idade que tens. E que memória ! Pena que não pude desfrutar-te desde o começo.
Vou te guardar, vou aumentar a tua casa, vou te dar muito mais ainda. Estou reservando um sítio no outro lado do nosso bairro só para nós. Lá poderás juntar tudo que eu te dei e que ainda vou te dar e nossa intimidade será preservada. Quando penso que em todo esse tempo nunca pude te dar os beijos que você tanto merecia. Hoje te abraço sempre, mais fica por ai, nenhuma intimidade. No passado viste tudo caladinha, meu primeiro beijo, meu primeiro amor e meus amores. Hoje tu representas todos amores, um á um ou todos ao mesmo tempo. Nas minhas horas de solidão fostes sempre o meu alivio, transportando-me para as outras ruas do meu pensamento. Levava-me a praça, pulávamos o muro do quintal da tua casa, molhávamos nossos pés naquele riacho de águas cristalinas e depois ganhávamos a mata por horas e horas a fio. Como es boa! Como és paciente ! Ficávamos ali na mata sozinhos e nos esquecíamos do tempo. Tu me faz voltar ao passado. Eu fico novo, com 15, 20, 30, 40 anos. Nem pareço esse velho de 58 anos que nas noites de insónia como esta, lembra-se de te fazer essa crónica, minha querida amante e insubstituível Saudade.

Mauro de Oliveira
26/09/2000
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