Numa casa de pau a pique,
Estava ela, enigmática,
Em oração e muito triste,
Parecia bastante apática.
Ela, sofrida, esquálida,
Chorava a comida escassa,
Pois sabia, não ia durar,
Não tinha aonde buscar.
Um menino chorava,
Ela o consolava,
Seus seios antes fartos, a lhe faltar.
Queria ter leite a jorrar.
Seu povo aflito,
Continha um grito.
A revolta ajudará?
Nem valia a pena pensar.
Mas o pai, bom sertanejo
Era homem de traquejo
Um poço profundo fora cavar,
Mas não vira nenhuma água brotar.
Evadiu-se então do Norte.
A sorte fora buscar.
Mulher e filhos, saudades.
Não sabiam que ele, não iria mais voltar.
No enterro, amigos peões.
Lembravam o bar, beberrões.
Uma briga acabou em tragédia.
No túmulo se lia: Aqui jaz a verdadeira comédia. |