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Contos-->A LARANJA BICHADA DO QUINTAL DO VIZINHO -- 16/09/2008 - 09:25 (MARIA AICO WATANABE) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A LARANJA BICHADA DO QUINTAL DO VIZINHO

Maria Aico Watanabe


Luiz Fernando, 32 anos, é engenheiro e casado com Gisele, 33 anos.
Gisele é uma mulher bonita, boa esposa, boa mãe, boa dona de casa, cozinheira de mão cheia.
O casal tem dois filhos, a Tatiana com seis anos de idade e o Serginho, três anos.
Luiz Fernando trabalha numa empresa de construção civil que faz projetos residenciais de alto padrão para clientes internacionais milionários. A empresa ocupa uma ampla mansão numa rua tranqüila do Morumbi.
Nicolau, engenheiro, é o chefe de Luiz Fernando.
Luiz Fernando tem três colegas: Artur e Tadeu, também engenheiros e Sócrates, arquiteto talentoso, que projeta residências de elegante estilo que vem atraindo clientes internacionais.
Também trabalha na empresa, Patrícia, 19 anos, eficiente secretária do chefe, com inglês e francês fluentes. Patrícia é gordinha e feinha, mas tem seios fartos, bem sensuais. Ela vem trabalhar vestindo blusas com decotes generosos, provocantes, que deixam os seios quase pulando para fora.
Por machismo, Nicolau bem que gostaria de ter uma secretária mais bonita, mas prefere a competência da Patrícia. Se quisesse ter uma amante, pois já era casado, poderia se arrumar fora da empresa.
Nicolau preferia manter em sua empresa três engenheiros e um só arquiteto em vez de dois engenheiros e dois arquitetos, porque entendia muito bem dos processos de criação e execução dos projetos de engenharia civil. O arquiteto, para ele era mais um artista que técnico, que podia dar asas à sua imaginação, enquanto os engenheiros eram responsáveis pela garantia da qualidade técnica dos projetos. De nada adiantava um estilo arquitetônico belíssimo, se levava à construção de uma casa que podia desabar ao primeiro sopro de vento. Os projetos residenciais sempre começavam assim, com o trabalho criativo de Sócrates, que era posto à prova pelos trabalhos de Luiz Fernando, Artur e Tadeu. Não que o trabalho de Sócrates fosse menos importante, mas a questão é que os trabalhos dos engenheiros era fundamental para a viabilização dos projetos.
Sócrates, Artur e Tadeu são todos casados, mas todos já pularam a cerca.
Luiz Fernando formou-se em engenharia aos 22 anos e até os 24 fez estágios em várias empresas de construção civil. Nessa época, com o dinheiro curto, teve poucas oportunidades de viver aventuras amorosas. Findo os estágios, logo se casou com Gisele, e estava satisfeito com o que tinha em casa. Além disso, amava muito a sua mulher.
Até que os colegas começam a provocá-lo:
- Já tive várias amantes, entre outros casos passageiros, conta Sócrates, o mais velho dos empregados.
Tadeu, o mais novo, diz:
- Ser fiel à minha mulher ? Estou fora. Tenho amante, também. Aliás, bem gostosa.
- Já tive várias namoradas fora do casamento, diz Artur. Quando estou sem companhia e muito necessitado, vou à zona. Mas, não sou fiel à minha mulher, também. Sem essa.
- E você, nunca pulou a cerca ?
- Er ... Ainda não tive essa oportunidade. Além disso, tenho do bom e do melhor em casa mesmo. E amo muito a minha mulher. Para que pular a cerca ?
- Ora, você não é macho não, colega ? Diz Tadeu desafiando-o.
- Se você ainda não reparou, a Patrícia te anda olhando de uma forma meio suspeita ...
- Sua realização como macho está bem mais perto do que você pensa, caro amigo, arremata Sócrates.
É mesmo, a Patrícia ! Tão perto, tão fácil, tão ali mesmo ...
Era feinha, mas o importante é que Patrícia era bem mais nova que a sua mulher. E isso bastava para a satisfação de seu machismo.


Luiz Fernando começa a dar em cima da Patrícia, driblando a vigilância do chefe. É claro, precaveu-se antes procurando saber se ela tinha namorado, pois já sabia que ela era solteira. Estava procurando uma aventura sexual, mas cercando-se de precauções.
Os colegas se entusiasmam com as investidas de Luiz Fernando em cima da Patrícia:
- Você viu só ? Hoje a Patrícia veio com um perfume de endoidecer qualquer um.
- Vai lá, vai lá !
No momento da história, a empresa estava com três projetos em desenvolvimento: A casa de praia na Riviera Francesa encomendada pelo Monsieur François Baudelaire, a casa de verão no País de Gales, Inglaterra, encomendada pelo Mr. Henry Thompson e a casa para o rancho na Austrália, encomendada pela Mrs. Elizabeth Brown.
Monsieur François Baudelaire vem visitar o Brasil e aproveita para passar na empresa para cuidar dos detalhes do projeto de sua casa de praia.
Patrícia vai buscá-lo no Aeroporto de Guarulhos, no carro da empresa.
Nicolau, que também fala fluentemente inglês e francês, estava em viagem de negócios nos Estados Unidos.
Assim, os engenheiros e o arquiteto ficaram encarregados de atender o Monsieur François Baudelaire. Eles tem diferentes graus de domínio do inglês, mas nenhum deles fala francês. Por isso, a Patrícia teve que ser chamada para a reunião, para traduzir as conversações em francês.
Durante a reunião, quando Luiz Fernando e Patrícia tinham que se olhar um ao outro, nas traduções, faziam contorsionismos para conter o fogo por debaixo de suas roupas. Que doce tortura ! Quase que Luiz Fernando comia a Patrícia ali mesmo, na frente de todo mundo. A doce tortura durou dois dias, quando Monsieur François Baudelaire foi embora para a França.
Quando o chefe estava em viagens, Luiz Fernando pouco cuidava dos projetos das casas de Mr. Henry Thompson e Mrs. Elizabeth Brown. Estava sempre dando em cima da Patrícia. Artur, Tadeu e Sócrates reclamavam, mas compreendiam o colega.
Preferiam ver o machismo do colega em ação a vê-lo como dócil animal doméstico, fiel à sua mulher.
Um dia, quando Nicolau não estava no escritório, Luiz Fernando resolve dar a investida final:
- Você tem algum programa hoje à noite ?
- Não, e você ?
- Que tal um jantar num restaurante tailandês ? Depois, um cinema. Depois, o motel ...
Para despistar a mulher, telefona para casa e dá a alegação clássica dos puladores de cerca de plantão:
- Gisele, meu bem. Te amo muito. Como estão as crianças?
- Acabo de vir buscá-las da escola. Está tudo bem em casa, meu amor.
- Escute, querida. Estou muito ocupado. Tenho um importante jantar de negócios para tratar do projeto de um cliente. Depois, vamos ao teatro. Não me espere para o jantar, pois vou voltar tarde para casa.
A comida picante do restaurante tailandês deixa Luiz Fernando e Patrícia, excitados. Cancelam o cinema e vão direto para o motel.
O apartamento do motel tinha banheiro com hidromassagem excitante. Luiz Fernando e Patrícia, banham-se longamente, massageando o corpo de um ao outro.
Finalmente, a cama redonda e macia. Era a primeira vez que transavam.
Patrícia não decepcionou nem um pouco. Era boa de cama mesmo, manga rosa.
Beijam-se longamente.
Começam os amassos. O cheiro de Patrícia, a sua respiração ofegante, os seus seios volumosos que há tempos havia desejado ardentemente amassar no escritório mesmo, e aos quais está agora agarrado despudoradamente, deixam Luiz Fernando completamente doido.






Luiz Fernando possui Patrícia voluptuosamente. Penetra Patrícia com todas as suas forças de macho. Seu pinto duro como pedra, desliza deliciosamente, num vigoroso movimento de vai-vem na vagina da amante. E que vagina mais gostosa e apertadinha ! Parecia até que ela era virgem. Mas, Patrícia já tinha muitos quilômetros rodados. Patrícia geme feito fêmea no cio sendo montada pelo macho. E Luiz Fernando se sente como um poderoso garanhão sedento de sexo, montando uma fogosa égua no cio.
Por fim, a explosão do orgasmo inebriante. O êxtase parece durar toda a eternidade do universo. A entrega de um ao outro foi total.
Luiz Fernando, cumpriu, com toda a selvageria, bem do jeito que queria, o seu papel de macho. Foi sexo, sexo por sexo. Nunca tinha sentido tanto prazer, tanta volúpia em comer uma mulher. E nenhuma mulher que até então possuíra em sua vida, lhe havia proporcionado tanto prazer, tanto sexo de qualidade.
Os dois desfalecem na cama, de tão cansados. Dormem profundamente. Só conseguem acordar às três horas da madrugada.
Tomam banho rapidamente, vestem-se. Voltam às pressas para suas casas. Luiz Fernando deixa Patrícia na casa dela.
Quando chega em casa, já são quatro horas da madrugada.
Sua mulher Gisele estava dormindo profundamente. Nem percebeu que o marido havia chegado em casa e colocado o carro na garagem. Luiz Fernando enfia-se sorrateiramente na cama, ao lado da mulher.
Santa inocência ! Luiz Fernando até foi assaltado por um sentimento de culpa de estar traindo uma esposa tão boa, sempre fiel.
Mas o importante é que tinha realizado seu sonho de macho e dado uma resposta à altura às provocações dos colegas.
Agora sim, tinha muita história para contar aos colegas no dia seguinte.


Por que os homens como Luiz Fernando que tem tudo do bom e do melhor em casa, pulam a cerca ? Por que ir chupar a laranja bichada no quintal do vizinho ?
Por puro machismo. Para não fazer papel ridículo diante dos amigos, que estão sempre colocando o machismo, a masculinidade dele à prova.
Os homens sempre traíram suas mulheres, desde que o mundo é mundo. Os homens nunca deixarão de ser machos, de seguir seus instintos de macho, uns menos, outros mais ousadamente.
É possível sim, tornar o machismo mais civilizado, menos agressivo, mas acabar com ele é impossível. Teria que acabar com todos os homens.
E as mulheres que se cuidem. Se pensam em acabar com o machismo, estão correndo o risco de não terem mais com quem trepar. E isso não vamos querer, não é mesmo ? Pois é graças ao machismo que os homens chegam perto das mulheres. E então abrir a possibilidade do início da história de um grande amor. Por isso, não é bom falarmos mal do machismo. Se não fosse o machismo, a humanidade simplesmente não existiria.
É claro que há o sofrimento da parte traída. Mas, é o custo da reprodução da espécie. Depois do jantar, sempre alguém tem que lavar a louça. As esposas traídas, indignadas, chamam as Patrícias de “vagabundas”. Vocês estão equivocadas. As Patrícias não são prostitutas, pois não estão vendendo serviços sexuais. Melhor seria vocês chamarem-nas de “a outra”, “a amante do meu marido”.
Sempre existiram Patrícias, desde que o mundo é mundo e continuarão existindo. Há mulheres que se sentem melhor como amantes que esposas. São mulheres que sabem tirar bom proveito de suas sexualidades.
Acabar com a infidelidade conjugal é mesmo que querer acabar com a prostituição. A prostituição existe porque existem os clientes, os homens que procuram as prostitutas. Acabar com a prostituição somente será possível se acabar com todos os homens do planeta. Assim, acabar com a infidelidade conjugal só será possível com o desaparecimento do último homem do planeta. Se acabarem os homens, é claro que as mulheres também desaparecerão. Então, devemos olhar a infidelidade conjugal com mais compreensão.
É isso aí, pessoal.

Jaguariúna, 28 de agosto de 2008.
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