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Contos-->Golden Gate/Monumento à morte -- 11/09/2008 - 15:39 (Lourival Dias Amaral) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
GOLDEN GATE/ MONUMENTO À MORTE

A ponte Golden Gate em São Francisco na Califórnia, detém o título de lugar mais usado pelos suicidas no mundo.
É tanto que alguns americanos chamam-na de monumento à morte.
Desde a sua inauguração em 1937, aproximadamente 1250 pessoas pularam para a morte, mas 26 dessas não
morreram apesar de bastante feridas, pelo simples fato de terem caído em pé, com uma leve inclinação, que foi
o fator determinante para a salvação deles.
Um desses 26, um iraquiano maluco, depois de doze anos voltou a pular e dessa vez foi confirmado no caixão.
Geralmente são 24 pessoas por ano, mas muitas vezes acontecem à noite e o corpo desaparece, levado para o
mar pelas correntes marinhas e não entram na estatística.
São 227 metros de queda e o corpo atinge a água em quatro segundos e a 120 km por hora. Se cair em pé pode
afundar até 100 metros.
A principal causa mortis são as multiplas fraturas, principalmente de costelas, com fragmentos dos ossos enterrados
nos orgãos vitais do tórax. Somente 15% morrem afogados.
Os vereadores votaram recentemente contra a colocação de grades protetoras em toda a ponte, por razões estéticas,
mas também porque poderia agravar o problema, com suicidas usando os edifícios da cidade, caindo sobre pedestres.

Faltou vontade política, porque a desculpa é podre!



ÓTIMA IDÉIA E ORGANIZAÇÃO, MAS...

No dia 10 de novembro de 1956, James Davidson estacionou o seu Chevrolet 55 às três horas da madrugada na pista
direita da ponte Golden Gate, na direção de Sausalito; atravessou as seis pistas, pulou a cerquinha para a calçada
oposta e voltou caminhando para São Francisco, por segurança, caso fosse visto.

Antes de sair do carro, escreveu com baton na parte interna do pára-brisa a frase "I am sorry Dorothy"

Comprou uma passagem de onibus para Las Vegas, e de lá tomou outro onibus para Miami, onde comprou uma passagem
para Londres, com nome falso num velho navio cargueiro que tinha espaço só para seis passageiros.

Em 1951, portanto cinco anos antes havia feito um seguro de vida de U$ 1 milhão, (uma fortuna na época) em que o
beneficiário seria a sua mulher Dorothy.

Foi tudo muito bem planejado; como fazer o seguro com bastante antecedência, afim de não levantar suspeitas, apesar
de na época ter sido só uma idéia a ser trabalhada. Os onibus não pediam identificação e a troca em Las Vegas foi só
mais um item para a sua segurança. Os passaportes estavam no bolso; um falso e um quente.

Ficou um mês em Londres, vivendo de suas economias e depois tomou um avião para a África do Sul, onde o regime
racista do apartheid facilitava a entrada até com emprego, a qualquer cidadão branco com um mínimo de educação.

Por ser americano, em um mês já era gerente de divisão da Companhia Ferroviária em Johannesburgo, com o nome de
Dennis Jansen Jones.

A esposa só recebeu o dinheiro um ano após a farsa, como era praxe nesses casos de desaparecimento do corpo.

As seguradoras sempre suspeitam desses casos e a deles não fugiu à regra, colocando detetives particulares na cola
da Dorothy; mas quebraram a cara porque ela foi muito bem escolada pelo marido que tinha lido tudo a respeito.

Para despistar comprou um carro e móveis novos para a casa própria de muitos anos e assinou um recibo de venda
do imóvel em nome de sua irmã Nadine, para que ela tivesse a posse mais tarde.

Um ano depois, a seguradora se cansou, quando viu que ela não viajava nem recebia cartas ou visitas.

Foi a deixa; trinta minutos antes de fechar o banco, numa tarde de sexta-feira, ela sacou todo o dinheiro e saiu direto de
carro para Los Angeles; chegou de madrugada, foi até o aeroporto, estacionou, retirou a única placa trazeira (na época podia)
dobrou-a e colocou na bolsa.

Dormiu num hoteleco pertinho e no sábado tomou um avião para Nova York, onde comprou outra passagem para Londres.

Chegou em Londres e foi ao local combinado; a posta restante na agência dos correios da Trafalgar Square. Por precaução
haviam quatro cartas em seu nome, com as mesmas instruções.

Uma semana depois, Dennis/James foi buscá-la no aeroporto de Johannesburgo.

Viviam uma vida de conto de fadas, num palacete com três mil metros de grama em volta, ao lado de um lindo campo de
golfe, no melhor bairro da cidade, com dois Mercedes na garagem, mais seis empregados.

Cinco anos depois, em 1962, a Dorothy saudosa da Nadine, mandou uma carta escondida do James, que foi interceptada
pelo carteiro, pois ele estava na folha de pagamento da seguradora, para que comunicasse sobre qualquer correspondência suspeita à irmã.

O carimbo no envelope era de Johannesburgo; Juntaram dois mais dois e extraditaram o casal. Tiveram de devolver os
U$ 500 mil que restaram. Ele cumpriu pena de quinze anos e ela de cinco.

Lourival Dias



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