Quem promova atenta e aprofundada reflexão sobre a vida do humano, passada e presente, desde logo constata que, desde os mais remotos tempos à actualidade, os "exclusivos" seres inteligentes deste planeta têm vivido em decorrente estado de paz sob guerra permanente. Aliás, os grandes vultos da humanidade, sem rebuço aplaudidos pelas legiões de imbecis subservientes, emanam em maioria da heroicidade guerreira em confortável confronto com os hipócritas pacificadores, espécie de bombeiros-incendiários que hoje em dia, deslumbrante ano de 2004 dC, cada vez mais estão no pódio da consideração social. Lindo-lindo!...

Quem se atreve pois a negar, vindo em sumo da milenar sanita retórica, a enunciada evidência?

Analise-se, por exemplo, o endeusado símbolo que acompanha as fraldas dos recém-nados, o esplendoroso anjo-da-guarda, de espada em riste, sempre pronta a cortar as repositivas cabeças à hidra... O asado anjo da paz alçando a morte na mão... A prometida ressurreição!...

A vida é uma luta. Há até quem diga, para rimar com elucidante eficiência, que "luta" se escreve com "p", uma vez que quem bem souber "putar" não carece sequer de outra qualquer ferramenta para afrontar a contínua adversidade.

Aqui, ocorre-me citar o sucesso da Mónica. Bastou-lhe tão só ajoelhar-se devotadamente sobre um dos valiosos tapetes da sala oval e fazer de conta que o apêndice fulcral do Bill era tão só o seu saudoso biberãozinho de infância.

Quem sabe, se naquele exacto momento, a primeira-dama não estaria num refinadíssimo ginásio, ajudada no exercício por um esplêndido exemplar nubiano, a praticar o "irocu", a mais querida das artes marciais que os símios inteligentes cultivam.

Fora as forçadas excepções, as vítimas, como os terroristas de Nova Iorque em Setembro, apresentam-se voluntariamente e em todas as posições, embora a clássica "de-costas" seja a postura que melhor proporciona a absorção do movimento inverso...

De facto, praticar "irocu" é sem dúvida um aprazível recurso que, além de satisfazer amplamente a mais afectiva das relações humanas, deixa no "depois de" uma magnífica sensação de superioridade.

Eu... Se tivesse poder para isso, empreenderia desde logo o acto de "irocu" sobre a testa de alguns dos "rabichões" que têm governado o meu país após o 25 de Abril. Como?!... Ora, à martelada e até o martelo me doer... É evidente que, para estar o mais possível em plena forma, teria de dispor de uma equipa com boas e exímias massagistas...

Torre da Guia = Portus Calle