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Cartas-->As relações humanas -- 21/10/2003 - 15:52 ( Andre Luis Aquino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Estamos todos inseridos numa sociedade de consumo e extremamente capitalista, isso é fato e não há como escapar, mesmo que eu resolva amanhã me tornar um “outsider”, um revolucionário, um hippie, um anticapitalismo e antiimperialismo, um transgressor da normalidade, ou seja lá o que for contra o “sistema”, não terei chances. Explico.
Outro dia escutei por acidente no metrô um diálogo entre dois adolescentes que tinham um visual digamos assim “diferente’, despojado, uns neo-hippies em última análise:
- Pô cara, acho que não tá com nada esse lance de usar produtos norte-americanos tá ligado, a onda é ir contra o sistema, parar de ir ao Mac Donald´s, não tomar coca-cola e nem usar tênis Nike.
- Pode crer Irmão! Só tô tomando guaraná e comendo uns lances naturais, saca?
Ao constatar o conteúdo da conversa da dupla passei a reparar melhor em sua indumentária e qual não foi minha surpresa que suas roupas podiam até ser nacionalizadas, mas todos os dizeres estavam em inglês...
Por mais alternativo que você seja e adote um estilo de vida diferenciado da média das pessoas estará de uma forma ou de outra consumindo, sendo consumidor de coisas e conceitos que foram feitos exclusivamente para isso, vide os filmes que são feitos em Holywood que já vem prontos para serem consumidos, não precisamos pensar, só se deleitar com o banquete de efeitos especiais e uma orgia de imagens e se tem algum conteúdo todo ele é planejado em cima de uma moral que deve ser difundida como única e absoluta.
Não quero dizer aqui que as ideologias estão mortas e que não há esperança em novas lutas, apenas digo que o consumismo tomou um dimensão muito maior que os nossos olhos podem ver e que fincou raízes profundas e vigorosas dentro de nós.
A verdade é que até as relações humanas estão sendo contaminadas pelo consumismo, o que assistimos as gerações mais jovens fazerem (que fique bem claro que a quem escreve não cabe fazer juízo de valores ou a se excluir de qualquer coisa e sim apresentar os fatos sem tomar partido) com o amor livre demonstra bem claramente isso.
O ficar tomou o lugar do romance e hoje garotos e garotas disputam para ver quem beija mais quem, os namoros são cada vez mais raros e quando surgem acabam de repente sem maiores explicações, como se as pessoas se consumissem e quando se sentem satisfeitas abandonam aquela relação em busca de uma nova fonte de prazer.
Só que o amor não é como um produto e as pessoas muito menos, os sentimentos são coisas muito mais complexas e essenciais para a vida, quando alguém se apaixona por você é preciso ter um grande cuidado com o coração dos outros porque um dia pode ser o seu coração a estar nas mãos de outrem e você não vai querer que o machuquem ou que o tratem mal.
Para reforçar toda essa minha tese quero comentar sobre uma pesquisa que li recentemente e me deixou um pouco preocupado, segundo uma pesquisa feita pela revista masculina Playboy, 72% das mulheres brasileiras preferem fazer sexo a fazer amor.
A que conclusão você chega diante desse fato?
Estaria o sexo também se tornando uma mercadoria a mais para a fonte de prazer dos seres humanos?
É claro que o sexo é algo importante, muito gostoso, maravilhoso, bom e faz parte de qualquer relacionamento amoroso ou não, faz bem para a pele, para o sistema imunológico, para a nossa auto-estima é o ápice da intimidade entre duas pessoas quando elas dividem o próprio corpo através de carícias, dividem o prazer, o desejo, a satisfação, não deve ter limites (só aqueles que os praticantes julgarem existir) ou censuras.
Mas o sexo não deveria ser encarado como só mais uma fonte de prazer e satisfação, não deveriam banalizar tanto o sexo, pois ele perde muito a sua graça.
Quanto ao sexo ser fonte de lucro isso todo mundo já sabe há muito tempo, mas será que as pessoas estão embarcando de cabeça e de verdade nisso e abandonando algo muito mais importante e que nos engrandece muito mais?
Não sei o que você pensa, mas eu sinto que se essa tendência se confirmar em pouco tempo o sexo ficará tão banalizado e sem graça que as pessoas começaram a abandonar essa prática e buscaram prazer em outras fontes(como vimos em muitos filmes de ficção cientifica).
Tanto homens como mulheres são culpados por tudo isso, as mulheres por aproveitarem de seus corpos esculpidos pela natureza com esmero (embora muitas delas sejam induzidas pela mídia inconscientemente para fazerem isso) para exibir e deixar o sexo masculino extremamente excitado e os homens por consumirem tudo isso esquecendo que o real é que vale e não o que está estampado em revistas e exibido em filmes.
Carlas Perez,Sheilas Carvalho e afins são vendidas como mercadorias(acho que elas nem tem culpa nisso, afinal dinheiro é a mola mestra do mundo) e reforçam a mediocridade que é a mídia e a idéia que ela passa sobre o sexo e as mulheres.
O sexo pode existir sem o amor sim, existem relações que só se sustentam pela atração física e pelo desejo e isso é normal, mas o sexo com amor é muito melhor e muito mais completo, desperta um bem-querer tão intenso em nossa alma que a nossa existência parece se justificar naqueles efêmeros minutos.
O que será de nós se o consumismo conseguir mesmo contaminar tudo e matar o amor, transforma-lo em mais uma mercadoria a serviço do lucro e do prazer?
Pois somos todos iguais perante o amor, e diante dele já não somos mais medidos pelos centímetros, pelo que temos, pela nossa posição social ou pela nossa capacidade de acumular capital, somos medidos pela nossa capacidade de amar ao próximo, pela nossa sinceridade diante de nossos sentimentos e da sensibilidade de nosso coração.

MEUCAMINHAR@YAHOO.COM.BR


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