Basta tocar-te
e sobe-me um frio pela espinha,
desce um latejar
e ergue
e molha
e escorre morno pelas pétalas...
Meus dentes rangem,
meus seios esfregam-te o peito,
aperto-te de encontro à minha boca,
como querendo entrar em ti por ela.
Enrosco-te as pernas
[serpente indecente]
arrastando o desejo pelo ventre.
Teu sexo pontiagudo
espetando,
apontando para o porto,
a atracar-se comigo,
embolado na cama,
novelo de carne,
seiva e amor.
Mãos dadas,
dedos entrelaçados,
almas unidas pelo falo
[cordão umbilical]
de incesto perdoado.
Eras de procura,
és minha loucura,
exalando cio
à doce exaustão.
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