Foi lindo! Os dois estavam no meio daquele trànsito lento, pasmacento. Ai que droga! Parecia uma imensa e interminável procissão. Todos ali parando... andando...parando...andando... De repente ela olha para o lado, ele cruza o olhar: espanto, um sorriso escancarado. Ah! ele sempre afoito, gestos, mil gestos. Os braços balançando, as mãos gesticulando:- Pára, pára, ali no acostamento, vai, vai... Ela incerta, perplexa, riso sem graça. Vou, não vou, que loucura. Há quanto tempo! O carro dando seta, ela indo, sem pensar, jogando para a direita, ... Meu Deus, tó te vendo, vou te abraçar, dá licença cara! Deixa eu entrar, ele está aqui, ah! como demorou a chegar. Buzinas, freios, xingos, mãos provocativas, obscenas. O meio fio, as portas se escancarando, os risos, os braços... um feixe, dois num só. Os olhos se adentrando, as mãos no rosto, que saudades, você aqui? Enfim...