Um mundo sem heróis não é um lugar para mim. Um mundo sem Ultraman, Ultraseven e Spectroman não tem graça.
Menos graça tem ele sem aquele passarinho azul que virou amarelo. Ou amarelo que virou azul. Controvérsias existem até hoje. Um passarinho que na verdade era um "passarão".
Lá fora conhecido como Big Bird, ele me divertiu, me fez sorrir e me ensinou a contar sem os dedos. Mais importante, a contar sem os dedos no escuro. ( Eu não conseguia ver os dedos no escuro e perdia a conta ). Quem diria que acabaria estudando engenharia no futuro...
Garibaldo representava a mais inocente criatura, a bondade e a inocência em pessoa. Muito diferente dos seres mutantes e cheios de violência que dominam nossos programas de TV pseudo-infantis. Muito diferente dos seres que se infiltram em nossas vidas, sempre dispostos a tirar algo, a levar alguma vantagem, a nos trazer a mais profunda dor, a acabar com nossa mais estimada esperança.
Sempre disposto a ajudar, a divertir. Sempre solícito, sempre amigo. Sempre puro, sempre sensível.
Vila Sésamo era programa obrigatório antes da minha ida ao grupo escolar. E, pasmo, descobri muitos anos depois que aquela moreninha que contracenava com ele viria a ser nada mais, nada menos, um ícone sexual de uma geração. O que diria Laerte Morrone?
Minha vida é uma tristeza recheada de alegrias fugazes. E, definitivamente, ela foi alegrada em minha tenra idade por Garibaldo, Ênio, Beto, Elmo, Cloe e Zoe. Depois vieram os Muppets com Caco e Piggy. Que pena tenho das crianças de hoje... Tanta tecnologia, tanta idiotia.
Garibaldo, acho que você e sua turma não foram tão fugazes assim. Mas que saudades...