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Poesias-->Agenda -- 22/04/2009 - 10:52 (Anita de Souza Coutinho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


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Não tem jeito

Onze horas vou embora.



Tem ainda tanto por fazer

mas parece que tudo pode acabar

e só restar inércia

e silêncio...



Não vai acabar,

Eu sei



vai viajar para uma capital distante

destas de nunca ouvir falar

e também vai para a fila do banco

com aquela conversa

de previsão do tempo ,

todos cartomantes de chuva.



Sempre faltará alguma coisa

um perdão,

um adeus,

um aperto de mãos



e aquele aperto no coração

de deixar cismado

sem saber o que está ao lado

e atacará surpresa ou planejado.



Olhar ressabiado

com falta de firmeza

se arriscando sob olhar da célula- mãe

vigiando trânsito e espaçonave



pensa em flores para o rall de entrada;

pisa bem com cuidado

ao longo dos anos

evitando construir muros ao redor

Para poder ver sempre horizontes cor de ar.





Tantas horas,

e o sono

atrasado

como minha encomenda de milagre

até meia hora eu espero,

depois , sem pesar,

vou embora.

Ficar sem viver tudo,

por espera,

isso é o que eu não quero.





Anita de S. Coutinho



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