Acabei de chegar de uma Festa Junina. Coisa mais sem graça sem ela, embora ela lá estivesse. Mas ela mudou, e mudou para pior. Muito pior.
Alguns anos atrás trocamos o primeiro beijo em uma casinha de árvore, em uma Festa Junina. Trocamos palavras, olhares, nos correspondemos. E pensamos que seria eterno. Eu pensei, em meu último arroubo de otimismo. O que veio a seguir foi o de sempre. O que sinto hoje, é o de sempre. Tristeza, vazio, decepção.
Um confuso turbilhão de emoções. Sentimentos não nobres me dominam.
Não quis pular a fogueira porque tive medo. Medo de querer cair no meio dela e lá ficar. As pipocas me lembravam nossas idas ao cinema. Quentão e vinho quente poderiam ser a falsa solução para o momento, mas sou abstêmio. Enchi a cara de sodinha.
Na hora da quadrilha, quando todos gritaram pela cobra, a procurei desesperadamente para ver se ela me picava. Mas era mentiiiiira....
E para parodiar o comercial de cerveja, nem mesmo a BOA esteve presente. Não foi. Deu chabu, assim como o busca-pé que me arrisquei soltar.
Acho que a única coisa equivalente à quela noite era o frio. Mas isso seria dispensável. Bastava o meu coração.